O projeto da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) foi lançado hoje em Vila Real, durante a cerimónia evocativa do 16.º aniversário do Alto Douro Vinhateiro (ADV), classificado como Paisagem Cultural Evolutiva e Viva.

A curadora da iniciativa, a jornalista Anabela Mota Ribeiro, disse que o programa vai decorrer até 14 de dezembro de 2018 e terá como ponto alto um fórum, que se realizará em meados do próximo ano.

“O que se pretende aqui: auscultar, capacitar e envolver os jovens da região, dar-lhes ferramentas para que se possam pensar a si mesmos e a este lugar específico, potenciar a sua autoestima através de um conhecimento e reconhecimento do seu património”, afirmou Anabela Mota Ribeiro. No final do fórum será produzido um manifesto.

A responsável elencou ainda a realização de uma sondagem para perceber o que é “ser jovem no Douro, hoje”.

“Quem são, o que anseiam os jovens da região duriense, o que esperam da vida, que ideias têm em relação ao futuro, que mundos povoam o seu mundo? Querem viver aqui, querem sair? Que relação mantêm com a origem, quando saem? Penso que importa fazer um mapeamento, não apenas estatístico, destes jovens, através de uma sondagem, cujos resultados vamos apresentar no próximo ano”, salientou.

Serão ainda realizados ‘workshops’ que apontem para a capacitação e a potenciação de talentos, espetáculos, cinema ou conversas.

“Trata-se de uma agenda de índole cultural e artística que terá como momento alto um fórum que mobilize, capacite e coloque em contacto jovens empreendedores do Alto Douro Vinhateiro que estejam a fazer carreira por cá e no estrangeiro”, explicou, por sua vez, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Freire de Sousa.

Esta ideia surgiu de um repto lançado no ano passado por Miguel Cadilhe, mentor da candidatura do Alto Douro Vinhateiro à UNESCO.

“Temos muito presente a responsabilidade que nos é cometida de gerir uma paisagem Património Mundial e estamos cientes que o caminho passa por envolver jovens empreendedores para, juntos, dinamizarmos este território vivo”, frisou.

Hoje foi também apresentada a publicação “10 Anos Prémio Arquitetura do Douro”, um portfólio de fotografias das obras que venceram as cinco edições do galardão, bem como das menções honrosas.

“Numa paisagem com os atributos do ADV, os projetos de arquitetura ganham uma importância maior e, por isso, pretendemos reforçar o elã em volta deste tema. Esta iniciativa desmistifica questões relacionadas com eventuais constrangimentos em dar vida a paisagens protegidas e reforça o conceito de estarmos presentes num território evolutivo e vivo”, salientou Freire de Sousa.

Foi a 14 de dezembro de 2001 que o ADV foi inscrito na lista do Património Mundial da Humanidade, na categoria de Paisagem Cultural Evolutiva e Viva.

A sessão evocativa do Douro Património Mundial foi organizada pela CCDR-N, através da Missão Douro, em parceria com a Câmara de Vila Real, a Comunidade Intermunicipal do Douro e a Liga dos Amigos do Douro Património Mundial.