Nos últimos anos, o vice-presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, não se cansou de repetir que era preciso alterar a forma de contratar assistentes operacionais.

Filinto Lima criticava o facto de serem escolhidas pessoas dos centros de emprego que, em muitos casos, nunca tinham qualquer experiência profissional relacionada com o universo escolar.

Além disso, quando o ano letivo terminava, os diretores estavam impedidos de renovar os contratos, mesmo quando os funcionários se revelavam excelentes profissionais.

Agora, os serviços do Ministério da Educação e Ciência (MEC) informaram as escolas que podem abrir concursos públicos e contratar 2.882 funcionários para dar apoio e acompanhar os alunos.

“Estas pessoas vão substituir os que vinham dos centros de emprego. Serão feitos contratos de um ano que podem ser renovados por três anos, caso haja necessidade nas escolas. Esta medida peca por tardia mas é muito boa”, disse à Lusa Filinto Lima, acrescentando que os diretores vão começar hoje a preparar os processos e, nos próximos dias, "vão começar a aparecer anúncios dos concursos em jornais diários nacionais e a ser afixados nas escolas".

A Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) realizou um levantamento para apurar as necessidades de contratação de assistentes operacionais: dos 2.822 novos funcionários, quase metade (1.351) vai para escolas na zona de Lisboa e Vale do Tejo, seguindo-se a zona norte, onde serão selecionadas 908 pessoas.

O MEC permite ainda a contratação de 398 funcionários para as escolas do centro do país, de 84 para o Algarve e 81 para o Alentejo.

Também a Federação Nacional da Educação (FNE) saudou hoje a medida anunciada durante o fim de semana, lembrando que chega ao fim o "recuso indevido" a trabalhadores que, com contratos temporários, supriam necessidades permanentes.

Agora as escolas vão poder fazer contratos de um ano que podem ser renovados em três anos consecutivos.

Esta medida surge ainda no seguimento do diploma que em fevereiro veio atribuir um assistente operacional às escolas de primeiro ciclo que tinham entre 21 a 48 alunos, e que até agora não tinham prevista a atribuição de um qualquer assistente operacional.