A pesquisa, realizada pela investigadora em motricidade humana Cidália Freitas, da Faculdade de Ciências do Desporto da Universidade do Porto, envolveu 319 crianças dos quatro aos 12 anos, em escolas da área metropolitana do Porto.

 

Os resultados revelaram que 25,3% das crianças destras analisadas (que têm mais agilidade com a mão direita do que com a esquerda) sofrem de Desordens de Coordenação de Desenvolvimento (DCD), tendência que se revela ainda mais entre as canhotas (36,1%).

 

As crianças com DCD - indicou a investigadora em comunicado enviado à Lusa - tendem a ser sedentárias e obesas, apresentando uma baixa autoestima, competência social, ansiedade, depressão e problemas socioafetivos.

 

Por esse motivo, Cidália Freitas considera que é uma “necessidade urgente” haver uma intervenção social e educativa no sentido de orientar os menores para o desenvolvimento das suas capacidades coordenativas.

 

“As crianças destras têm melhor desempenho na destreza manual que as esquerdinas, mas menor simetria motora funcional. As crianças do sexo feminino têm mais destreza manual e os rapazes melhores desempenhos nas habilidades com bola”, refere o estudo.

 

E, acrescentou, “as destras revelam melhor desempenho com a sua mão preferida na destreza manual e nas habilidades com bola. Porém, as sinistrómanas (com preferência manual esquerda) são mais eficientes com a sua mão não preferida na destreza manual”.

 

Além disso, a investigação concluiu que as crianças que preferem usar a mão direita apresentam uma maior assimetria motora funcional, sendo esta diferença mais acentuada nas idades mais avançadas.

 

O estudo, que teve por objetivo perceber o efeito da preferência manual, do sexo e da idade na coordenação motora e na assimetria motora funcional, confirmou que há uma “preocupante percentagem” de crianças que apresentam uma coordenação motora abaixo do esperado para a sua idade.

 

Lusa