Em Portugal, calcula-se que 10% das crianças sofram de dermatite atópica (DA), uma doença crónica inflamatória da pele que atinge maioritariamente crianças e, em 80% dos casos, manifesta-se durante o primeiro ano de vida. Mas, apesar de ser mais recorrente nos grupos pediátricos, existem vários adultos diagnosticados.
A localização das lesões varia consoante o grupo etário: as crianças pequenas apresentam mais na zona da cabeça, por vezes apenas atrás das orelhas e das superfícies extensoras dos membros.
As crianças mais velhas e os adultos tendem a manifestar a doença nas superfícies de flexão (atrás dos joelhos e na frente dos cotovelos). Os adolescentes são frequentemente atingidos nas pálpebras e na região peri-labial.
A DA tem impacto significativo na qualidade de vida dos doentes, na medida em que no tratamento devem ser consideradas uma série de variáveis gerais.
São elas: utilizar apenas vestuário de algodão para evitar suar (o suor aumenta o prurido); lavar as roupas novas antes da primeira utilização (prevenir reacções irritativas); e evitar grandes exposições a ambiente com pó (efeito de secura e irritação).
É fundamental diagnosticar com rigor o tipo de DA que a pessoa apresenta e ajustar, não só ao fármaco mais indicado, mas também à formulação correcta, para garantir que os doentes recolhem todos os benefícios.
Um estudo recente (Peserico A et al. Br J Dermatol 2008; 158:801-7) demonstrou que o creme de AMP (aceponato de metilprednisolona), aplicado uma vez por dia, estabiliza eficazmente o agravamento da DA em 89% dos casos mais graves.
13 de Outubro de 2008