Os números são difíceis de ignorar: 66% das crianças transportavam nas mochilas mais do que 10% do seu peso corporal, o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

"As consequências para os jovens e crianças vão desde o surgimento de dores nos ombros, pescoço e região lombar, até às alterações de postura", alerta a DECO.

"Os números revelados são o resultado de uma série de decisões relativas à carga horária, ao número de disciplinas por dia, e aos materiais exigidos para as aulas", denuncia a organização de defesa do consumidor.

Mais medidas

A petição pública "Contra o peso excessivo das mochilas escolares em Portugal", baseada nos números de 2003 da DECO PROTESTE, conseguiu colocar o tema na agenda política. A recente aprovação do diploma sobre a transição dos manuais escolares para o formato digital é um sinal, mas para a DECO não chega. "Esta medida por si só não representa uma solução. É, no máximo, um ponto de partida", frisa.

"A DECO defende que é preciso assegurar a igualdade no acesso aos manuais digitais, independentemente da situação financeira das famílias", salienta em comunicado.

A associação defende ainda mais cacifos, melhor distribuição das aulas teóricas no horário e maior sensibilização dos pais para a questão do peso das mochilas.

A DECO informa ainda que vai enviar os resultados do estudo deste ano à Comissão Parlamentar de Educação e Saúde, junto de quem "vai ser solicitada uma audiência". A associação está ainda disponível para contribuir no âmbito do grupo de trabalho que a Assembleia da República pretende constituir para apresentar medidas sobre esta matéria.

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