Denominada “enSOPA-te”, a iniciativa vai ser realizada na quinta-feira, na escola de Vila Real de Santo António, e conta com a colaboração da Escola de Hotelaria local, cujos formandos vão confecionar a sopa, “depois de as crianças trazerem e prepararem” os alimentos, explicou à agência Lusa Valentim Santos, coordenador do projeto Escola Ativa, que dá origem a esta ação.

“Esta é uma iniciativa que, à semelhança de outras que temos vindo a realizar e que têm tido o apoio de toda a comunidade escolar, visa prover uma alimentação saudável e tentar eliminar maus hábitos, neste caso promovendo o consumo de sopa e à qual chamámos ‘sopa dos avós’”, afirmou Valentim Santos, que é também professor primário na escola.

O docente frisou que a escola já ganhou vários prémios a nível regional por atividades que, como esta, “ajudam a alterar os maus hábitos alimentares que as crianças têm, mas também a consciencializá-las de forma a ajudarem a mudar esses maus hábitos ao nível familiar, nas suas casas”.

O estabelecimento tem todos os anos realizado projetos para sensibilizar alunos e famílias para a criação de hábitos de alimentação saudáveis e os professores têm notado “alterações consideráveis” nos comportamentos, através da promoção do consumo de frutas e legumes e do abandono de alimentos que podem potenciar obesidade e outras doenças.

Belinda Parra, educadora da escola, disse à Lusa que as iniciativas realizadas até agora têm conseguido “juntar cerca de 500 pessoas, entre pais, professores e alunos”, e que isso demonstra que “as ações estão a chegar às crianças”, mas também às famílias”.

Os professores, explicou a educadora, dão instruções “às crianças para, em vez de trazerem bolos, pães com chocolate ou batatas fritas, pedirem aos pais para lhes porem uma peça de fruta no lanche”, o que tem vindo “cada vez mais” a acontecer.

“Se houver algum pai continuar a mandar bolos ou alimentos desse tipo, chamamo-lo à escola e pedimos para deixar de o fazer e, regra geral, isso acontece”, acrescentou.

As alterações nos hábitos e nos comportamentos alimentares das crianças “são visíveis” e “até são eles quem faz com que as famílias alterem e corrijam algumas situações, ao identificarem e insistem com os pais para as mudar”, disse.