As crianças ciganas passaram a frequentar mais a escola nos municípios onde existem os mediadores municipais para esta comunidade, segundo a responsável pelo projeto lançado há dois anos pelo Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI).
Dois anos depois de ter lançado o projeto dos mediadores municipais para a comunidade cigana, que abrange 13 municípios, o ACIDI quer alargar a iniciativa a mais sete autarquias, estando atualmente a decorrer as candidaturas para a segunda fase deste projeto, cujo prazo termina na quinta-feira.
Fazendo um balanço da primeira fase da iniciativa, a responsável pelo Gabinete de Apoio à Comunidade Cigana (GACI), Helena Torres, disse à agência Lusa que “um dos sinais” do projeto dos mediadores municipais é o aumento das crianças ciganas nas escola.
“Há uma afluência muito maior de crianças ciganas na escola. O empenho do mediador tem a ver com esta situação. Em Lamego, a informação que tenho é de que os miúdos estão todos a ir à escola, não há falta das crianças ciganas nas escolas e nos outros municípios onde está a funcionar o projeto a melhoria também tem sido bastante”, afirmou a responsável.
Helena Torres sublinhou que os mediadores “conseguem fazer perceber” à comunidade cigana que “os miúdos só têm vantagens em frequentar a escola”.
A responsável do GACI apontou como outra vantagem da iniciativa a gestão de conflitos através das “pontes que se criam com as instituições”. Como exemplo, referiu os conflitos com a polícia, em que os mediadores podem junto da polícia e da comunidade “fazer uma ponte saudável e ajudar a resolver o problema”.
Helena Torres fez um balanço "positivo" dos dois anos do projeto mediadores municipais, mas admitiu que é necessário melhorar as parcerias com entidades locais, como escolas, tribunais e polícia.
Amadora, Aveiro, Beja, Coimbra, Idanha-a-Nova, Lamego, Moura, Paredes, Peso da Régua, Seixal, Sines, Sintra e Setúbal são os municípios que já têm os seus programas de mediadores, que entraram em funcionamento em outubro de 2009.
Este projeto é dirigido a todas as câmaras municipais que tenham comunidades ciganas entre os habitantes e que reconheçam a importância de estabelecer pontes para um diálogo construtivo.
Os sete novos mediadores vão começar a trabalhar em outubro.
8 de junho de 2011