As crianças até aos 14 anos foram as maiores vítimas de acidentes domésticos e de lazer em 2012, representando 41,5 por cento do total dos acidentados, segundo um relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

 

Os dados provisórios do INSA referentes a 2012 referem que a maior parte dos acidentes (36,4%) ocorreu em casa, 22,7% na escola e 11,5% em atividades ao ar livre.

 

Do total de acidentes reportados, 6,6% obrigaram ao internamento da vítima. As quedas estiveram na origem da maioria das lesões (59,5%), seguindo-se os ferimentos causados por objetos (11,7%).

 

O INSA adianta que estes dados têm-se mantido estáveis, revelando-se “fundamentais para delinear programas de prevenção”. Para o instituto, é necessário melhorar a recolha de informação sobre acidentes para definir políticas de segurança eficazes.

 

O Relatório sobre Acidentes na União Europeia, divulgado pelo INSA, revela que uma média anual de 40 milhões de pessoas na UE necessitam de tratamento hospitalar e 233.000 morrem como resultado da ocorrência de um acidente.

 

Nos últimos cinco anos os acidentes relacionados com o tráfego rodoviário e o trabalho estão em constante declínio, mas o mesmo não se verifica em relação aos traumatismos por acidentes domésticos e de lazer.

 

Neste momento, a maioria dos traumatismos (73%) são devido a acidentes domésticos e de lazer, afetando particularmente grupos vulneráveis, indivíduos com menos recursos, crianças e idosos, refere o documento da UE. Salienta ainda que os acidentes relacionados com desporto e traumatismos por quedas entre as pessoas mais velhas estão a aumentar.

 

“É evidente que muitas oportunidades de prevenção de acidentes domésticos e de lazer permanecem inexploradas”, adianta o relatório, frisando que existem grandes diferenças entre os países quanto ao número de acidentes fatais e traumatismos acidentais com tratamento hospitalar, por 100.000 habitantes.

 

O INSA refere que nas áreas de segurança do trabalho e segurança rodoviária, a necessidade de informação sobre acidentes tem sido reconhecida há algum tempo. “Existem alguns sistemas de informação implementados localmente e utilizados a nível da UE. Isso resultou de um maior entendimento político e compromisso para tornar estradas e locais de trabalho mais seguros”, refere em comunicado.

 

Relativamente aos acidentes domésticos e de lazer, “o quadro é muito incipiente”. Ao longo dos últimos anos, os países da UE têm explorado formas de incentivar a troca nacional e ao nível da União Europeia de dados sobre lesões.

 

Atualmente, 12 países recolhem informações de serviços de urgências selecionados, constituindo uma Base de Dados Europeia de acidentes. No entanto, ainda falta um forte compromisso político dos governos dos Estados membros, adianta o INSA, considerando ser necessário um acordo vinculativo para todos os países, a nível da UE, na recolha de dados com base nos serviços de urgência de forma a assegurar uma troca contínua de dados sobre acidentes a partir do próximo ano.

 

Lusa