"Não é apenas uma turma que está em causa, é todo o ensino secundário para esta zona e é provocar da morte lenta do colégio", afirmou o presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes.

O autarca deste município do distrito de Castelo Branco falava durante uma conferência de imprensa conjunta com o diretor do Externato, António Carvalho Santiago, e o presidente da Junta de Freguesia de Alpedrinha, Carlos Ventura.

António Santiago de Carvalho explicou que, "sem aviso prévio ou explicação", a instituição, que tem hoje 180 alunos, foi recentemente confrontada com a notícia de que não teria financiamento para a turma do 10.º ano, para a qual já tinha 19 alunos prontos a matricularem-se, mais do que o mínimo exigido para abrir turmas.

"Destes 19 alunos, grande parte deles estão condenados ao abandono escolar porque para frequentarem uma escola vão ter de se levantar às 05:00 e vão regressar a casa às 20:30", sustentou, acrescentando que estão em causa não estão apenas estudantes de Alpedrinha, mas de toda a zona Sul da Gardunha e até de freguesias concelhos vizinhos de Penamacor, Idanha-a-Nova e Castelo Branco.

O diretor do Externato frisou ainda que esta decisão terá ainda implicações a nível de todo o ensino secundário, já que se está a proceder a uma descontinuação que em dois anos conduzirá ao fim deste ciclo, com tudo o que isso implica para o futuro e para a sustentabilidade da instituição.

Igualmente apreensivo com as repercussões "económicas e sociais" está o presidente da Junta de Freguesia de Alpedrinha, Carlos Ventura, que ainda tem esperança de que esta medida não passe de uma possibilidade.

"Se cumprimos as regras porque é que tomam esta decisão? Afinal onde é que estão o tal desenvolvimento do interior?", questionou.

Carlos Ventura informou ainda que as freguesias da área de abrangência do Externato Capitão Santiago de Carvalho também estão contra esta decisão e que já assinaram uma petição de protesto.

Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal do Fundão deixou críticas à forma como o processo foi conduzido, já que nas reuniões preparatórias do próximo ano escolar a questão não esteve sequer esteve sobre a mesa.

Segundo Paulo Fernandes, entretanto já foi pedida uma reunião à secretária de Estado da Educação em que se explanaram todos os motivos pela qual esta decisão não poderia avançar, desde o facto de estar em causa uma oferta pública, de o número de alunos e a distância em causa estarem muito acima dos critérios definidos, de se estar a hipotecar o ensino secundário.

Na lista de argumentos está ainda a questão das consequências económicas e dos custos associados, nomeadamente para as famílias que terão de passar a pagar metade do transporte, que, em alguns casos, poderá atingir um valor de 45 euros por estudante.

"Pedimos que isto fosse alterado, revertido e a última linha que nos foi colocada é a de que a decisão, estando tomada e tendo sido transmitida para outras entidades, seja justa ou injusta, adequada ou desadequada, tomada está", apontou.

Paulo Fernandes destacou ainda que tudo será feito para que a "decisão gravíssima" não venha a concretizar-se e anunciou que será imediatamente lançado um abaixo-assinado e que na segunda-feira será realizada uma reunião com os pais para concertar "outros quadros de luta".

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