“O programa de incentivo à natalidade abrangeu entre 2013 e 2016 um total de 115 bebés e representou um apoio global que ultrapassa os 43 mil euros”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Santa Cruz da Graciosa, ilha onde hoje o Governo Regional inicia uma visita estatutária.

O apoio concretiza-se sob a forma de reembolso de despesas efetuadas com a aquisição de bens ou serviços considerados indispensáveis ao desenvolvimento da criança, no montante mínimo de 200 euros e máximo de 500 euros para bebés entre os zero e os seis meses, de acordo com os rendimentos dos agregados familiares.

O presidente do município, Manuel Avelar Santos, explicou que "os pais têm um período de seis meses para se candidatarem ao programa de incentivo à natalidade", sendo que o bebé tem de ser registado na Graciosa. "A autarquia criou neste último mandato este programa para promover o aumento da natalidade e melhorar as condições de vida das famílias", justificou Manuel Avelar Santos.

O autarca exemplificou que "em 2014 foram apoiadas 28 crianças, em 2015 um total de 29 e em 2016 um total de 27 bebés", salientando que "a população tem vindo a demonstrar muito interesse por este apoio à natalidade" que "ajuda os pais na compra de algumas peças de mobília, carrinhos de bebé e em serviços".

“Incentivamos a população para que as compras sejam feitas no concelho para potenciar a área comercial da ilha”, sublinhou Manuel Avelar Santos, destacando a importância da medida numa ilha que se debate com "a problemática da desertificação e emigração", embora atualmente com contornos diferentes do passado.

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Dados do Instituto Nacional de Estatística indicam que em 1911 o concelho chegou a ter 7.765 habitantes. Um século depois, em 2011, a população era de 4.409 pessoas e em 2015 os residentes eram 4.339.

O autarca explicou que a desertificação na ilha Graciosa já se verifica "desde a década de 50", notando que atualmente a emigração da população "não assume um caráter tão definitivo", tal como se passou naquele período.

Agora, são sobretudo os jovens que deixam a ilha, por tempos mais curtos, mas acabam por regressar, referiu.

Além da questão da desertificação, o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa disse ainda que a ilha tem uma população bastante envelhecida.

“São dois óbitos para um nascimento. A nossa média da natalidade está na média regional, mas como somos uma ilha pequena e com uma população envelhecida não ajuda muito”, adiantou Manuel Avelar, para quem "é preciso continuar a inverter esta tendência", embora admita não ser tarefa fácil "num meio tão pequeno e sem economias de escala".