"O número de crianças e jovens que assumem comportamentos que afetam o seu bem-estar aumenta em todos os escalões etários", refere o documento, no contexto dos 73.779 processos motivados por situações de menores em perigo, indica o relatório, apresentado hoje em Ovar.

O documento refere também que, em 2014, "aumentam as situações de comportamentos graves antissociais, de indisciplina e de bullying". No caso específico da exposição dos menores a violência doméstica e consumo de álcool, essas situações registaram um aumento em 2014.

Em contrapartida, diminuiu a exposição de crianças ao consumo de estupefacientes.

Um terceiro fator de perigo é a negligência parental e, em 2014, essa "decresce em todos os escalões etários", da mesma forma que "diminuem as situações de falta de supervisão, acompanhamento familiar e descuido ao nível da saúde".

Abandono e insucesso escolar a diminuir

Quanto ao Direito à Educação, que é outro dos cinco principais fatores de perigo avaliados pela Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco, o relatório indica que apenas nas idades entre os 11 e os 14 anos se verificou um aumento de situações de risco relacionadas com o absentismo escolar. No geral, aliás, o abandono e insucesso escolar registaram uma redução.

Finalmente, no que se refere a maus-tratos físicos, esse fator de perigo "diminuiu em todos os escalões exceto no dos 15 aos 18 anos", sendo que também foram menos os casos de ofensa física em contexto de violência.

"Porém, aumentaram as situações de ofensa física e de ofensa física por castigo corporal", lê-se no documento.

Já a exposição a comportamentos que também comprometem o bem-estar e desenvolvimento da criança, mas cuja origem lhes é alheia, diminuiu em todos os escalões etários "exceto no dos 0 aos 5 anos".

O documento foi apresentado no encontro anual que reúne até ao final de sexta-feira cerca de 850 técnicos da área e que analisa a atividade das mais de 300 comissões existentes no país em 2014.