Embora isto confirme que «dar de mamar é melhor» quando se trata do estabelecimento precoce da saúde imunológica e do intestino, uma maior compreensão de como os bebés adquirem uma população de bactérias boas também pode ajudar a desenvolver um leite em pó que mimetize melhor o leite materno.

 

O estudo, publicado hoje na revista Environmental Microbiology, da Sociedade para a Microbiologia Aplicada (SfAM), foi conduzido por Christophe Lacroix no Instituto de Alimentação, Nutrição e Saúde, em Zurique, Suíça.

 

Christophe Lacroix disse: «Estamos muito entusiasmados por descobrir que as bactérias podem realmente viajar do intestino da mãe para o leite materno. Uma comunidade saudável de bactérias no intestino da mãe e do bebé é muito importante para o desenvolvimento da saúde do intestino e do sistema imunológico do bebé.»

 

A equipa de Zurique encontrou as mesmas estirpes de Bifidobacterium breve e vários tipos de bactérias Clostridium, que são importantes para a saúde do cólon, no leite materno e nas fezes materna e/ou neonatais. As estirpes encontradas no leite materno podem estar envolvidas no estabelecimento de um equilíbrio nutricional crítico no intestino do bebé e podem ser importantes na prevenção de distúrbios intestinais.

 

O investigador continuou: «Não temos a certeza do percurso que as bactérias do intestino fazem para chegar ao leite materno, mas recorremos a cultura, isolamento, sequenciação e métodos de recolha de impressões digitais para confirmar que são, definitivamente, as mesmas estirpes.»

 

«Futuras investigações irão completar o quadro de como as bactérias são transferidas da mãe para o recém-nascido. Com um conhecimento mais profundo, podemos decidir que espécies bacterianas serão mais importantes como probióticos nas fórmulas de leite para lactentes. Mas até esse momento, pelo menos para os recém-nascidos, o velho ditado é verdadeiro: dar de mamar é o melhor», conclui Christophe Lacroix.

 

 

Maria João Pratt