A aposta na Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa para arranque do projeto de literacia financeira surge também por ser a sub-região com maior volume populacional, disse o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

Apresentando dados de 2015 do Instituto Nacional de Estatística, Fernando Freire de Sousa, revelou hoje, durante a assinatura do protocolo, que a sub-região tem 423.683 habitantes, o que representa 12,8% da região Norte, números que de tornam "ainda mais interessantes na vertente da juventude".

"Do total da população, no Tâmega e Sousa 14,6% são jovens até aos 14 anos - em Portugal a percentagem reduz para 14,1% e o Norte para 13,6%. Igualmente interessantes são os valores da densidade populacional: no país havia, em 2015, 112 habitantes por quilómetro quadrado, no Norte eram 169 e no Tâmega e Sousa 231 habitantes", revelou.

Ensinar a população do Norte a poupar é a finalidade do projeto-piloto que arranca hoje e que resulta de um protocolo entre a comissão de coordenação e desenvolvimento da região e o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros.

E se a nível da Comissão Intermunicipal (CIM) o peso dos jovens é de 14,6%, o líder da CCDR-N mencionou ainda Lousada, Paços de Ferreira, Penafiel e Marco de Canaveses como os concelhos onde essa presença "supera os 15%". "Trata-se de uma boa escolha do ponto de vista substantivo", argumentou Fernando Freire de Sousa sobre aquela que é "região do país com o rendimento per capita mais baixo do país".

Aquela que é região mais pobre do país e da União Europeia (EU), ainda segundo o líder da comissão de coordenação, surge também para o presidente da CIM, Inácio Ribeiro "como aquela com maior percentagem de nem-nem".

"Somos a região que tem mais jovens que não estuda nem trabalha", acentuou o também presidente da Câmara de Felgueiras de uma zona "com imenso potencial mas que, passados 30 anos de adesão à UE, continua ser o ver concretizado".

Rui Pinto representou a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários na cerimónia que decorreu no Palácio da Bolsa, no Porto, e considerou o protocolo hoje assinado "um importante novo pilar no Plano Nacional de Formação Financeira (PNFF)".

O Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa considerou ser a "poupança um elemento estruturante da formação do indivíduo", manifestando empenho em conseguir "que a poupança cresça e haja mais investimento em áreas produtivas".

"Precisamos de um Noroeste peninsular forte para compensar o peso das outras áreas que a compõem" disse Carlos Costa.

A primeira das ações de formação vai decorrer entre 27 e 29 de junho, em Penafiel, e destina-se aos técnicos das autarquias locais.