Promovida pela associação de pais e encarregados de educação da escola, com o apoio dos presidentes das jutas das freguesias de Souselas e Botão, de Trouxemil e Torre de Vilela e de Brasfemes, no concelho de Coimbra, a concentração reuniu, junto à Câmara de Coimbra, hoje à tarde, cerca de duas centenas de pessoas, a maior parte das quais alunos do instituto.

“A luta pela continuidade do INEDS em regime de contrato de associação não é uma causa somente de professores, de alunos, de pais, de encarregados de educação, é uma luta de todos e das freguesias da zona norte [do município] de Coimbra em particular”, defenderam os promotores da iniciativa.

Sem contrato de associação, a escola “deixa de ter capacidade [económica] para funcionar”, disse o presidente da Junta da União de Freguesias de Souselas e Botãoaos, Rui Soares, durante a manifestação.

Com o fecho do INEDS – atualmente frequentado por cerca de 560 alunos do 5.º ao 12.º anos de escolaridade, sobretudo daquela área do concelho de Coimbra, mas também de algumas localidades de Penacova –, os estudantes terão de se deslocar para Adémia ou para a Escola D. Dinis, em Eiras (Coimbra), qualquer delas a cerca de meia dúzia de quilómetros de distância e sem ligação por transportes públicos a Souselas, sublinha Rui Soares.

O autarca advertiu que, “pior ainda”, é que “muitos [alunos] deixarão de estudar”, sustentando que o encerramento do Instituto de Souselas aumentará o abandono escolar.

Assim se come nas escolas do resto do mundo

"Esta é uma luta de quem não quer que a escola feche, mas também de quem não quer regredir no tempo” e quer “o desenvolvimento das freguesias da zona norte de Coimbra. É uma luta contra a transformação destas freguesias em meros dormitórios da nossa cidade de Coimbra, que infelizmente, nem sempre olha com a devida atenção e carinho para as localidades situadas na periferia”, afirmaram os promotores da manifestação.

Com a concentração junto à Câmara de Coimbra, os manifestantes também pretendem que a autarquia “assuma se está ou não está contra o encerramento do instituto”, explicou Rui Soares, que apelou ao presidente do município, Manuel Machado, para “mostrar em concreto o que fez, se realmente fez” em defesa da manutenção desta escola.

“O presidente da Câmara de Coimbra, que também é presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, tem uma facilidade enorme em falar com o Governo” para tratar deste assunto, afirmou o presidente da freguesia de Souselas e Botão. “Esta manifestação é um ato de desespero, não é arruaça”, conclui Rui Soares.