Os alunos colocaram faixas na entrada do recinto escolar onde se podia ler “primeira greve” e garantiram que hoje, durante todo o dia, “ninguém vai às aulas”. Alguns pais e encarregados de educação juntaram-se ao protesto porque considerarem a situação insustentável.

“Estamos a mostrar o nosso descontentamento por causa da cobertura da escola, contra a situação de chuva dentro das salas de aula”, afirmou o presidente da Associação de Pais, Carlos Martins.

O responsável explicou que, “na quase totalidade da escola, chove na maioria das salas de aula”. “Estamos a falar de chuva e não de infiltrações, literalmente de chuva. E, em algumas salas, chove tanto como cá fora”, frisou.

O cenário atual, de acordo com Carlos Martins, é de salas de aula com as janelas abertas e plásticos que mandam a água cá para fora”.

“A escola tem uma cobertura em tela e tem uma duração, não dura para sempre. Ela começou a apodrecer e a levantar”, sublinhou.

O responsável referiu que têm insistido com a direção da escola e Direção Regional de Educação do Norte, já subscreverem um abaixo-assinado e conseguiram que fossem feitas obras no ano passado, as quais, na sua opinião, ainda “pioraram a situação”.

“Colocaram uma faixa à volta da tela que levantou tudo e agora a situação é ainda pior. Foi dinheiro deitado fora”, afirmou.

Inês Ramos, com 17 anos e aluna do 12.º ano, explicou que o cenário com que os estudantes se deparam é de “chuva na sala de aula, pavilhão de educação física, refeitório e bar dos alunos”.

“As salas ficam sem um único espaço sem água, ficam completamente inundadas. Não dá para uma pessoa se concentrar, temos medo que algum dia possa haver um curto-circuito por causa dos cabos da luz. É complicado”, salientou esta estudante.

Inês Ramos garantiu que a situação se agravou este ano letivo dentro das salas de água, recordando os dias de chuva intensa que se fizeram sentir nas últimas semanas.

A EB 2,3 e Secundária foi construída há cerca de 30 anos, sofreu uma intervenção há 12 anos, com a construção de um novo pavilhão, o único onde, segundo Carlos Martins, “não chove”. Neste estabelecimento estudam 749 alunos.