A manifestação começou de manhã, em frente ao edifício da Escola Secundária de Serpa, no distrito de Beja, onde os "cerca de 300" alunos e pais e encarregados de educação se concentraram em protesto durante uma hora e meia, disse à agência Lusa Dulce Santana, presidente da associação de estudantes, a organizadora.

Os alunos faltaram à primeira aula de hoje para o protesto, durante o qual fecharam simbolicamente o portão da escola a cadeado e empunharam cartazes com frases e entoaram várias palavras de ordem, como "Alunos à frente por uma escola decente", "Sr. Ministro da Educação não nos diga não", "Se fosse para estudar à chuva ficava na rua" e "Já que não fazem obras, ofereçam-nos guarda-chuvas".

Segundo Dulce Santana, o protesto serviu para os alunos demonstrarem o seu "descontentamento" com o "estado de degradação" da escola e exigirem obras de requalificação no edifício.

A escola tem vários problemas, como infiltrações, que fazem com que "chova dentro das salas de aula", as quais não têm ar condicionado e, por isso, no inverno, o frio é "intenso", havendo alunos que "levam cobertores e sacos de água quente para se aquecerem", e, no verão, o calor é "insuportável", o que "prejudica a concentração", contou. "A nossa é a única escola secundária do distrito de Beja ainda não requalificada", o que "é injusto", lamentou Dulce Santana, referindo que os alunos exigem que o Ministério da Educação avance "com urgência" com as "necessárias" obras de requalificação do estabelecimento de ensino.

Dulce Santana lembrou que os alunos já tinham chamado à atenção para os problemas da escola e demonstrado o seu descontentamento por outros meios, mas "ainda nada foi feito" e, por isso, decidiram realizar o protesto.

Em declarações à Lusa, a representante dos pais e encarregados de educação dos alunos, Catarina Braga, disse que a escola precisa "com urgência" de obras de requalificação, porque "faz 40 anos este ano, nunca teve uma intervenção de fundo e só foi alvo de pequenas manutenções e nos últimos anos nem isso".

Além de infiltrações, a escola tem salas de aulas que estão fechadas, porque "já não têm condições de segurança" e telhados com coberturas de amianto, que "pode provocar doenças cancerígenas", lamentou Catarina Braga. "Em pleno século XXI, é inconcebível e desumano jovens terem aulas nas condições em que os alunos da Escola Secundária de Serpa têm", lamentou Catarina Braga, lembrando que a escola devia ter sido requalificada em 2008, mas as obras, a cargo da empresa Parque Escolar, foram canceladas.