Os alunos das escolas de Rio de Moinhos (Aljustrel) e Vila Ruiva (Cuba), encerradas este ano, faltaram às aulas esta primeira semana nas "novas" escolas, em protesto contra o fecho dos estabelecimentos de ensino das suas aldeias.

 

Na primeira semana do novo ano letivo, entre segunda-feira e hoje, os 13 alunos da Escola do 1.º ciclo do Ensino Básico de Rio de Moinhos, que o ministério mandou fechar, faltaram às aulas na "nova" escola, o Centro Escolar Vipasca, na sede de concelho, Aljustrel.

 

"Os alunos apresentaram-se escrupulosamente todos os dias na escola de Rio de Moinhos e quem faltou foi o professor", contou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Aljustrel, Nelson Brito.

 

Segundo Nelson Brito, hoje, tal como aconteceu entre segunda e quinta-feira, cerca de 50 pessoas, entre elas os 13 alunos, pais e encarregados de educação, voltaram a concentrar-se em frente à escola da aldeia, em protesto contra o fecho do estabelecimento de ensino e a transferência das crianças para Aljustrel, a cerca de quatro quilómetros de distância.

 

Na quinta-feira, disse, a Câmara de Aljustrel, para denunciar "a falta de comunicação do Ministério da Educação", enviou ao ministro Nuno Crato duas comunicações e cinco notificações que a autarquia tinha enviado desde maio à Direção de Serviços da Região Alentejo (DSRA) da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) e às quais "ainda não obteve resposta".

 

"Isto é gravíssimo, deselegante e de uma total falta de respeito institucional pela Câmara de Aljustrel", lamentou, explicando que, através das duas comunicações e das cinco notificações, a autarquia questionou a DSRA da DGEstE sobre como vai ser assegurado o transporte das crianças entre Rio de Moinhos e Aljustrel e se os custos associados "não justificarão antes contratar um professor e manter a escola aberta".

 

De acordo com Nelson Brito, "se até ao final do dia de hoje não houver uma resposta da parte do ministro", os pais e alunos de Rio de Moinhos vão na segunda-feira de manhã protestar junto à DSRA da DGEstE, em Évora, e tentar ser recebidos pela diretora dos serviços.

 

Em Vila Ruiva, no concelho de Cuba, entre segunda-feira e hoje, os 15 alunos apresentaram-se na Escola do 1.º ciclo do Ensino Básico da aldeia, que o ministério mandou fechar, e faltaram às aulas na escola de Vila Alva, a escolhida pela tutela, mas que não é aceite pelos pais.

 

"As crianças jamais irão para Vila Alva", mas o protesto foi desbloqueado e, a partir de segunda-feira, os 15 alunos e outros dois que entretanto se matricularam vão frequentar a Escola do 1.º ciclo do Ensino Básico de Cuba, conforme acordado na quinta-feira entre os pais e o diretor do estabelecimento de ensino, disse hoje à Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Vila Ruiva, Raúl Amaro.

 

Entretanto, "aguardamos o resultado do recurso" da decisão tomada pelo Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja de chumbar a providência cautelar que foi interposta para evitar o fecho da escola de Vila Ruiva.

 

Na segunda-feira, as 44 crianças de Vila Nova da Baronia (Alvito) inscritas no 1.º ciclo também faltaram às aulas, contra o fecho da escola, mas os alunos foram já na quarta-feira para o centro escolar da sede de concelho, segundo disse à Lusa o presidente da Câmara de Alvito, António Valério.

 

O autarca adiantou que o município "já recorreu para o Tribunal Central Administrativo" da providência cautelar contra o fecho da escola, igualmente ´chumbada` pelo TAF de Beja.

 

Por Lusa