Os alunos das escolas de Rio de Moinhos (Aljustrel) e de Vila Ruiva (Cuba), encerradas este ano, voltaram a faltar hoje às aulas nas ‘novas’ escolas, em protesto contra o fecho dos estabelecimentos de ensino das suas aldeias.

 

No caso da escola do 1.º ciclo do Ensino Básico de Rio de Moinhos, os 13 alunos, tal como na segunda-feira, não compareceram hoje às aulas na “nova” escola, ou seja, no Centro Escolar Vipasca, em Aljustrel.

 

Cerca de 100 pessoas, entre elas os 13 alunos, pais e encarregados de educação, voltaram a concentrar-se em frente à escola da aldeia, em protesto contra o fecho do estabelecimento de ensino e a transferência das crianças para Aljustrel, a cerca de quatro quilómetros de distância.

 

“Hoje, simbolicamente, os pais marcaram falta ao professor, porque os alunos estavam na escola de Rio de Moinhos e quem faltou foi o professor”, contou à agência Lusa o presidente da Câmara de Aljustrel, Nelson Brito.

 

Segundo o autarca, “os pais estão intransigentes” e vão continuar o protesto até que o Ministério da Educação coloque um professor e reabra a escola na aldeia ou, então, assegure o transporte dos alunos até Aljustrel.

 

Nelson Brito reafirmou que os pais “não têm condições” e a autarquia já avisou o Ministério da Educação e Ciência (MEC) de que não tem recursos financeiros e humanos para assegurar o transporte dos alunos até à sede de concelho.

 

No entanto, explicou, a autarquia pediu a uma transportadora um orçamento para assegurar esse transporte, ficando a saber que a prestação do serviço custará cerca de 4.000 euros por mês.

 

“Não seria mais barato pagar a um professor para manter a escola aberta”, questionou Nelson Brito, referindo que a autarquia está disponível para contratar e assegurar o transporte dos alunos “mediante o reembolso da verba” pelo MEC.

 

Quanto a Vila Ruiva, no concelho de Cuba, os 15 alunos da escola do 1.º ciclo do Ensino Básico, que já tinham faltado às aulas na segunda-feira, repetiram hoje o protesto, até porque “continuam sem saber qual é a nova escola para onde têm de ir”.

 

“O protesto vai manter-se durante toda esta semana, com os alunos a apresentarem-se diariamente na escola de Vila Ruiva, que o ministério mandou fechar”, disse à Lusa o presidente da junta de freguesia local, Raúl Amaro.

 

Segundo o autarca, “ficou decidido que as crianças não iriam para a escola de Vila Alva”, escolhida pelo ministério, mas que “não é aceite pelos pais”.

 

“Na sexta-feira, vamos ter uma reunião para nova tomada de posição”, disse Raúl Amaro, explicando que as hipóteses são prolongar o protesto mais uma semana ou as crianças irem para a escola de Cuba “até que haja uma decisão sobre o recurso que vai ser apresentado” no âmbito da providência cautelar, ‘chumbada’ pelo Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja, contra o fecho do estabelecimento de ensino da aldeia.

 

Na segunda-feira, as 44 crianças de Vila Nova da Baronia (Alvito) inscritas no 1.º ciclo também faltaram às aulas, contra o fecho da escola, mas os alunos “já foram hoje para o centro escolar” da sede de concelho, confirmou à Lusa o presidente da câmara, António Valério.

 

O autarca revelou ainda que o município “já recorreu para o Tribunal Central Administrativo” da providência cautelar contra o fecho da escola, igualmente ‘chumbada’ pelo TAF de Beja.

 

Por Lusa