Os chamados “nem, nem, nem” – em inglês “neet” -, “são cerca de 100 mil em Portugal, dos 15 aos 24 anos”, lembrou Vieira da Silva, no Porto, no âmbito do Seminário Internacional “Cidade das Profissões”, um centro de informação e consultadoria promovido pela Câmara do Porto, que comemora dez anos e tem como missão promover a empregabilidade e o empreendedorismo das pessoas.

Segundo o ministro, enquanto noutros países da Europa essa situação corresponde quase a uma opção dessas pessoas, em Portugal os estudos apontam para que cerca de 80% dos jovens estão nessa situação porque não encontram alternativas.

“A estratégia que o Governo desenvolveu [para combater a situação] passa muito pela valorização da escola”, disse Vieira da Silva, acrescentando que é preciso reduzir os “níveis de abandono e insucesso escolar registados no país, que “estão acima do que seria aceitável”.

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Para Vieira da Silva, “isso é absolutamente decisivo”, sendo que “a primeira grande resposta” passa por conseguir que “todos possam completar o ensino secundário e que depois não estejam mais de quatro meses sem que lhes seja oferecida uma proposta de emprego”.

Iniciativas como a “Cidade das Profissões”, disse, “ajudam a responder a estes problemas”. Na sessão de abertura deste seminário, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou que “o trabalho em rede é fundamental para o sucesso dos projetos e, de facto, toda a atividade da ‘Cidade das Profissões’ é desenvolvida através de parcerias-chave”.

“O fomento de parcerias e envolvimento de instituições, públicas e privadas, tem como objetivo racionalizar recursos, complementar esforços e aumentar os níveis de qualidade dos serviços, no sentido de otimizar a intervenção social de forma a melhor servir as pessoas”, sublinhou o autarca.

Moreira disse ainda que “a ‘Cidade das Profissões’ rege-se por valores e entre eles, com destaque, figuram a valorização do trabalho enquanto instrumento decisivo para a promoção da dignidade humana e de uma atitude perante o trabalho que não pode nunca por em causa essa dignidade”.

“A dignidade é companheira indissociável desse valor inalienável que é o da liberdade, que o Porto tanto preza, e a condição para que possamos atingir a felicidade que todos almejamos”, concluiu.