Os cursos de preparação iniciam geralmente a partir das 24-28 semanas de gravidez, sendo dirigidos aos casais que pretendam ter um acompanhamento mais especializado nesta fase da sua vida.

 

«No curso de preparação a mãe vai compreender os sinais de alerta e encontrar formas de bem-estar nesta fase da sua gravidez. Por outro lado, o pai ficará mais tranquilo e saberá como proteger a mulher», aconselha Isabel Ramos de Almeida, fisioterapeuta especializada na área da saúde da mulher com 25 anos de experiência profissional.

 

Os cursos de preparação para o parto têm mais-valias como ensinar técnicas de controlo da respiração e de relaxamento para aplicar no trabalho de parto. «É muito importante transmitir tranquilidade e confiança nesta fase do final da gravidez», refere Isabel Ramos de Almeida.

 

Evolução do trabalho de parto

Como explica a fisioterapeuta, a preparação para o parto acontece a um nível muito emocional. Ensinar os pais a ter um papel ativo no parto é um dos desafios.

 

A compreensão da evolução do trabalho de parto implica a interiorização de estratégias que facilitam o seu mecanismo. Por exemplo, na dilatação usar posições verticais como caminhar ou estar de cócoras, o recurso à bola ou a massagem.

 

Por outro lado, hoje em dia o recurso às analgesias leva a que haja uma diminuição das sensações no parto, o que dificulta a capacidade de a mãe reconhecer como agir em determinadas fases do trabalho de parto. «É mais fácil se antecipadamente aprender a fazer força na expulsão durante o parto, momento em que pode haver muito stresse e cansaço», acrescenta Isabel Ramos de Almeida.

 

Se outrora a preparação para o parto era muito centrada na componente da respiração, hoje em dia os cursos já oferecem informação também sobre temas mais alargados.


Lidar com o pós-parto

O que levar na mala da maternidade é um tópico comum, a bem de uma gestão eficaz e organizada das necessidades e das prioridades durante a estadia no hospital.

 

A recuperação da mulher no pós-parto assume um papel de destaque. Hoje os cursos de preparação com técnicos especializados focam a importância da recuperação do períneo, musculatura essencial no desenvolvimento e na saúde da mulher.

 

Também tem vindo a crescer o apoio domiciliário de alguns hospitais e de centros especializados relativamente à amamentação e aos cuidados com o bebé. «É no regresso a casa que muitos casais se sentem mais sozinhos e sem apoio técnico», refere a fisioterapeuta Isabel Ramos de Almeida, que sublinha a necessidade de as equipas multidisciplinares prestarem mais ajudas durante o puerpério.

 

Suporte para os pais

Porque atualmente o consumo assume especial destaque na sociedade em geral, os cursos de preparação já vão dando informação útil sobre as reais necessidades dos artigos para o recém-nascido e para o bebé nos primeiros tempos de vida e como as adaptar à realidade do casal.

 

Deve ser criteriosa a escolha do centro de preparação para o parto. Os casais devem procurar centros creditados com fisioterapeutas especializados na área da saúde da mulher, ou com enfermeiras da especialidade de Obstetrícia, alerta Isabel Ramos de Almeida.

 

A grande parte dos cursos já tem a vantagem de envolver e valorizar o pai. «Nos últimos dez anos o papel do pai assumiu uma maior importância», refere Isabel Ramos de Almeida, concluindo: «os hospitais já têm na sua maioria condições de espaço para o pai estar mais presente».

 

 

Ana Margarida Marques

 

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