A IIU (inseminação intrauterina) consiste na deposição de espermatozoides, do parceiro ou dador, no interior da cavidade uterina, por meio de um cateter apropriado. Deve ser feita quando há ovulação (libertação de um ovócito pelo ovário), de modo a aumentar a probabilidade de ocorrer fecundação.

 

Desde que as trompas da mulher estejam saudáveis, a IIU é um tratamento de infertilidade relativamente simples, podendo ser diferenciado em três etapas:

 

Estimulação ovárica

 

Geralmente utilizam-se medicamentos indutores da ovulação de forma a aumentar a eficácia da inseminação. Assim, através do uso destes fármacos (de forma oral ou injetável) induz-se o desenvolvimento folicular múltiplo, aumentando as probabilidades de sucesso da inseminação. Nestes casos, o desenvolvimento dos folículos ováricos (dentro dos quais estão os óvulos) é controlado através da realização periódica de ecografias. Quando estes atingem o nível de amadurecimento adequado, é administrada uma injeção que ajuda à sua libertação do ovário. Nestes casos, a inseminação deve ser feita 36 a 40 horas mais tarde.

 

Capacitação espermática

 

O esperma do homem é preparado através de técnicas de capacitação ou preparação seminal. Com estas técnicas eliminam-se do ejaculado restos celulares, espermatozoides mortos, imóveis ou lentos, ficando com um volume mais pequeno mas com elevada concentração de espermatozoides com maior mobilidade e maior capacidade de fecundação.

 

Inseminação

 

Para o procedimento de inseminação, o ginecologista utiliza um espéculo e introduz no útero um cateter (tubo pequeno e flexível) carregado com os espermatozoides resultantes da capacitação. Trata-se de um processo rápido, que envolve poucos minutos. Depois da inseminação a mulher deve repousar durante um breve período e faz a sua vida normal.

 

A IIU também pode ser realizada em ciclos não estimulados. Neste caso, a IIU faz-se entre o 12º e o 15º dias do ciclo menstrual (em que o primeiro é o dia em que aparece o fluxo menstrual). Pode ser necessária a realização de análises ao sangue e/ou ecografias para ajudar a determinar o momento em que ocorre a ovulação. Quando o esperma utilizado na IIU é do companheiro, normalmente é recolhido no próprio dia da inseminação. Nos casos em que não é possível a recolha no próprio dia, o esperma pode ser previamente congelado, sendo a descongelação realizada no dia da inseminação. Nas situações em que se utiliza esperma de dador, a descongelação é igualmente feita no próprio dia. Só é possível fazer a IIU se o esperma apresentar parâmetros normais ou pouco alterados de concentração, mobilidade e morfologia dos espermatozoides.

Para que situações serve a IIU?

 

- Problemas de ejaculação (anatómicos, psicológicos ou de origem nervosa);

- Alterações do esperma (variações em relação aos valores normais de concentração ou mobilidade);

- Situações em que os espermatozoides são imobilizados pelo muco cervical da mulher (que por vezes é demasiado espesso);

- Casos em que o organismo da mulher produz anticorpos que destroem os espermatozoides;

- Infertilidade inexplicada.

 

A IIU também é utilizada nos casos em que é necessário recorrer a esperma de dador. Nestas situações, o esperma utilizado ou é proveniente de dadores selecionados pela própria clínica, ou então de bancos de esperma estrangeiros certificados, com rigorosos métodos de controlo de qualidade. O dador tem de ser anónimo e referenciado por um código. Todo o processo deve decorrer com plena garantia de confidencialidade e com o consentimento informado dos casais em relação a todos os passos.

 

Inseminação intrauterina: As taxas de sucesso

 

A generalidade dos estudos internacionais refere probabilidades de sucesso de cerca de 15-20% por ciclo de IIU. Por este motivo devem realizar-se um máximo de 3-4 inseminações, após as quais as taxas de sucesso diminuem. Deste modo, será preferível considerar o recurso à Fertilização in vitro nas situações em que a IIU não obteve sucesso.

 

 

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