As queixas dolorosas mais frequentes no pós-parto são: dores abdominais (contração uterina – “dores tortas”), dores musculares, dores ao nível da sutura operatória (no caso de cesariana), dores na região perineal (perineorrafia), dores mamárias (descida do leite) e nos mamilos (gretas e fissuras).
A crise hemorroidal e a obstipação, muitas vezes presentes neste período, também podem gerar dor e desconforto. Em todos estes casos, as queixas dolorosas vão interferir no aparecimento ou no acentuar de outras dificuldades, nomeadamente fadiga e dificuldades no autocuidado.
Durante o período pós-parto, a farmácia é um local ideal para a  mamã procurar aconselhamento , de forma a ultrapassar alguns desconfortos que vão surgir ao longo destas 6 semanas:
Lóquios: a perda de sangue vaginal após o parto é normal. Pode persistir entre 20 a 30 dias, dependendo de mulher para mulher. Nos primeiros dias é vermelho vivo, tornando-se progressivamente rosado e diminuindo de quantidade. Ao fim de 10 – 12 dias torna-se amarelado e esbranquiçado. É desaconselhado o uso de tampões e devem usar-se pensos higiénicos com abas de máxima absorção.Período Menstrual: O recomeço dos ciclos menstruais normais varia de mulher para mulher e vai depender se está a amamentar ou não. No caso de amamentação exclusiva, a grande maioria das mulheres não menstrua até parar totalmente ou até diminuir consideravelmente o nº de mamadas. No entanto o facto de não haver menstruação não significa que os ovários não estejam a funcionar. A 1ª ovulação pode ocorrer tão cedo como 25 dias após o parto (média de 45 dias), mesmo estando a amamentar, havendo risco de engravidar. É por isso indispensável fazer uma contraceção eficaz durante o pós-parto, a qual deve ser prescrita pelo médico.Episiotomia: é uma incisão nos tecidos que rodeiam a abertura da cavidade vaginal, com a finalidade de facilitar a saída do recém-nascido durante o parto. Os pontos caem geralmente entre a 2ª e a 3ª semana do pós-parto.Existem algumas recomendações para a correta cicatrização da episiotomia:– lavar esta região com água e produtos de higiene íntima específicos para o pós-parto;– limpar de frente para trás quando a mulher urina ou evacua;

– secar bem a sutura;

– mudar os pensos higiénicos com frequência;

– se apresentar edema, deve aplicar-se gelo no local (envolvido num pano); a cada 8 horas, não mais do que 20 minutos (durante dois a três dias pós- parto);

– se houver dificuldade em sentar, pode usar-se uma boia insuflável;

– em caso de dor no períneo ou no local da episiotomia, pode recorrer-se à toma de paracetamol (analgésico), desde que haja consentimento do médico;

– estar atento a sinais de infeção (rubor circundante, dor intensa, exsudado, calor, cheiro fétido, estado febril);

– caso os pontos demorem mais do que o previsto a cair, a mulher deve dirigir-se ao seu médico assistente.

Outras situações desconfortáveis mais comuns relacionadas com o parto:

Dores nas costas (lombalgias) – devem evitar-se as posições incorretas, para isso a mulher deverá: mudar as fraldas e dar banho à criança num plano ao nível da cintura (e nunca curvada); dar de mamar numa posição confortável, recorrendo se necessário a uma almofada. Para ultrapassar as dores nas costas a mulher deve iniciar exercícios de extensão da coluna e de fortificação da musculatura acessória com plano de exercícios adequado;

Perda acentuada de cabelo – é aconselhável o uso de champôs anti queda;

Cicatriz da cesariana – ao 7º dia pós-parto devem ser retirados os agrafos ou pontos, dependendo do tipo de sutura operatória. Se a cicatriz tiver um aspeto avermelhado e duro (infeção) ou tiver aberto (deiscência), a mulher deve ir a um serviço de urgência.

Síndrome Depressivo Pós-Parto – após a primeira semana é provável que a mulher comece a notar algumas alterações do humor. Contudo, esta fase pode prolongar-se e desencadear a depressão pós-parto. O parto de um bebé e as alterações, de hábitos criam novas responsabilidades e, por vezes pode entrar em conflito com ideias e valores da educação da mãe, bem como com a relação com o seu companheiro. Esta situação não deve ser desvalorizada pelo que se a tristeza durar mais do que 2 semanas ou se for muito acentuada é importante a mulher recorrer a apoio psicológico ou psiquiátrico.

Silhueta: O uso de cinta de pós-parto é um assunto polémico. Há alguns anos era obrigatório o uso de cinta em caso de cesariana, mas agora essa opinião não é consensual, pois as cintas podem melhorar o aspeto externo de silhueta mas, ao dificultarem o fluxo sanguíneo, podem atrasar a recuperação dos tecidos e ao aumentarem a pressão intra-abdominal podem aumentar o risco de incontinência urinária. Assim, é aconselhável que a mulher converse com o médico, de forma a agir adequadamente.

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