A criopreservação de células estaminais é uma técnica de conservação que permite guardar durante 20 ou 25 anos as células estaminais do sangue do cordão umbilical, surgindo hoje como uma esperança de tratamento das doenças no futuro. Os pais de hoje confrontam-se com uma questão: criopreservar ou não as células do cordão umbilical no futuro?

 

O conselho dos especialistas é que os pais obtenham informação sobre o processo de criopreservação para avaliar o que lhes faz mais sentido no seu caso.

 

As células estaminais são células indiferenciadas que possuem simultaneamente duas propriedades únicas: a capacidade de se autorrenovarem, porque, ao dividirem-se, originam uma célula igual a si própria; e a capacidade de se diferenciarem em vários tipos celulares, por exemplo, em células musculares, do sangue e da pele.

 

Estas células são conhecidas pelo seu potencial regenerativo e terapêutico em diversas situações patológicas.

 

ETAPAS DA CRIOPRESERVAÇÃO

O isolamento e a preservação de células estaminais é uma prática comum, quer na investigação científica básica ou aplicada, quer na prática clínica.

 

Nos últimos 25 anos, o aperfeiçoamento de protocolos de isolamento e manutenção de células estaminais de tecidos fetais, tais como células estaminais do sangue de cordão umbilical, permitiram um enorme avanço na área da investigação de células estaminais e da medicina regenerativa, como explica Isabel Alcobia, investigadora do Instituto de Histologia e Biologia do Desenvolvimento, da Faculdade de Medicina de Lisboa, referindo também que o desenvolvimento de protocolos de preservação para um determinado tipo celular requer algumas especificações, nomeadamente a designada criopreservação.

 

«É um processo de preservação de células ou tecidos por congelamento a temperaturas muito baixas que obedece a condições específicas nas suas várias etapas», diz a investigadora Isabel Alcobia, explicando que as etapas têm como objetivo final obter e manter viável o maior número possível de células estaminais para uma futura aplicação biomédica.

 

São elas: o isolamento e separação dos vários tipos de células; a colocação das células isoladas na solução de criopreservação; a utilização de protocolos de criopreservação adequados para cada tipo de células isoladas; o armazenamento apropriado e controlado (temperatura e duração); a utilização de protocolos de descongelação adequados para cada tipo celular criopreservado; e de protocolos específicos para a manutenção e expansão das células inicialmente criopreservadas.

 

Ana Margarida Marques