Vale a pena criopreservar as células estaminais do seu filho?

 

Para quem ainda tem dúvidas, respondemos às perguntas mais comuns.

 

Como podem as células estaminais salvar uma vida?

 

As células estaminais do cordão umbilical são idênticas às da medula óssea e podem ser usadas em doenças graves em que o transplante de medula óssea pode ser curativo, nomeadamente doenças hemato-oncológicas (leucemias e linfomas), doenças do sistema imunitário e patologias genéticas raras. Além das células presentes no sangue do cordão umbilical (as hematopoiéticas), que são usadas no tratamento das doenças do sangue, as células presentes no tecido do cordão umbilical (mesenquimais) podem ser muito úteis na medicina regenerativa, graças à sua capacidade de se diferenciarem em vários tipos celulares como pele, osso, músculo, cartilagem, tecido nervoso e gordura.

 

Porquê criopreservar?

 

É no cordão umbilical que as células estaminais se encontram mais jovens, sem estado de doença e que apresentam índices mais elevados de compatibilidade.

 

São realmente eficazes?

 

Calcula-se que a probabilidade de um dador beneficiar da amostra recolhida aquando do seu nascimento seja inferior a 0,1%. Contudo, sabe-se que as células estaminais do cordão umbilical aumentam a probabilidade de sucesso terapêutico, porque além de eliminarem a dificuldade associada à procura de um dador compatível, têm índices mais elevados de compatibilidade, em comparação com as células presentes na medula óssea dos adultos.

 

A recolha das células é indolor?

 

A colheita das células do cordão umbilical faz-se no momento do parto, imediatamente após o corte do cordão umbilical. O processo é feito por um elemento da equipa médica, com um kit específico que terá de ser previamente comprado pelos pais. É um processo não-invasivo, não representando qualquer risco, quer para a mãe, quer para o recém-nascido e nenhum dos dois sentirá qualquer tipo de dor.

 

Como são criopreservadas?

 

Depois da colheita, o banco escolhido pelos pais é informado para efetuar o transporte em tempo útil até ao laboratório, onde se procede à análise das células. As viáveis são criopreservadas com descida controlada de temperatura (abaixo dos -150ºC). A amostra é mantida em tanque de azoto líquido por, pelo menos, 20 anos.

 

O que devo fazer para criopreservar as células estaminais do meu filho?  


Basta contactar uma empresa de criopreservação, por volta das 35 semanas de gravidez, e contratar o serviço (a partir de 1000€). Em alternativa, pode doar o sangue do cordão umbilical ao banco público de células estaminais, não ficando, porém, com direitos especiais sobre a amostra, que ficará disponível para investigação ou tratamento de qualquer pessoa em caso de doença.


Texto: Sofia Cardoso