Em setembro de 2013, na sequência de uma ressonância magnética a um joelho do nosso filho Gonçalo Coutinho de 10 anos, ficamos a saber que estava algo de errado com ele e que poderia ter uma leucemia. Quando deu entrada no IPO do Porto, soubemos que não era leucemia e, passadas algumas semanas, foi-lhe diagnosticado um linfoma linfoblástico tipo B.

O tratamento começou logo em outubro, com a perspetiva de 8 meses de tratamento intensivo, mais 12 meses de tratamento em manutenção.

Os tratamentos de quimioterapia foram muito agressivos e no segundo ciclo teve que ficar internado em isolamento no IPO, cerca de 3 semanas, já que o organismo ficou alterado. Nessa altura, os voluntários do IPO, como forma de o tentarem animar, falaram-lhe da Make-A-Wish e questionaram de qual seria o desejo que ele gostava de ver cumprido. O Gonçalo respondeu de imediato que era ir a Nova Iorque e os voluntários incentivaram-no a inscrever-se.

Outra das razões para este pedido teve a ver com o facto de a viagem a Nova Iorque ter sido encarada, desde o início da doença, como um objetivo para a cura. Na verdade, no dia seguinte ao diagnóstico, nós pais tínhamos-lhe dito que quando ficasse bom íamos cumprir o sonho dele: ir a Nova Iorque.

O tratamento no IPO foi sendo cumprido, quase sempre dentro do plano, com alguns momentos mais complicados, mas sempre com a vontade de atingir os objetivos de ficar curado e ir a Nova Iorque.

A primeira fase terminou em junho de 2014 e os primeiros resultados foram muito positivos, sem a presença do linfoma. A primeira batalha estava ganha!

As rotinas estavam a ser retomadas, o Gonçalo já estava na escola e a vida já era normal. Mas a grande surpresa estava ainda para vir!

Em meados de setembro, soubemos que o Gonçalo ia cumprir o seu sonho: a Make-a-Wish ia-lhe oferecer a viagem a Nova Iorque!

Assim, de 29 de outubro a 2 de novembro, o Gonçalo e nós, os pais, fomos a Nova Iorque para uma viagem de sonho. Foi uma experiência fabulosa, quer para o Gonçalo, quer para os nós, já que foi a descompressão total, depois de um ano muito complicado.

Para o Gonçalo, foi também muito importante para psicologicamente perceber que era mesmo verdade, estava bom da doença!

Para finalizar, só posso dizer que não existem palavras para agradecer, por tudo aquilo que a Make-A-Wish nos proporcionou nesta viagem. São pessoas assim que nos fazem acreditar que o mundo ainda vale a pena. Continuem com o excelente trabalho!

Obrigado,

António Coutinho