A pele das crianças é mais fina e delicada do que a tez de um adulto. Tem, na verdade, uma menor capacidade de produzir melanina, a substância que produz a pigmentação e é responsável pela protecção natural do nosso organismo contra os raios solares.

 

Por isso bronzeia-se menos, com mais dificuldade. Os cuidados a ter com a exposição solar devem assim ser redobrados face à proteção de um adulto. Para saber mais sobre os cuidados a ter na praia, clique aqui.

 

Raios perigosos


Os raios ultravioleta UVA e UVB não são totalmente absorvidos pela camada do ozono. Os que atingem as crianças, ainda com uma pele vulnerável, podem ter consequências graves para a sua saúde a longo prazo. Aliás, é logo na infância que começa a contar o relógio biológico em termos do número de escaldões que o indivíduo apanhou ou vai apanhar e que o torna mais susceptível a vir a desenvolver um melanoma.

 

A quantidade de raios ultravioleta é maior no verão do que no inverno, devido à latitude e forma como incidem sobre a terra. São também mais intensos a meio do dia do que logo pela manhã ou à tarde. Na prática, a avaliação da intensidade dos raios ultravioleta é possível graças a um indicador, o índice ultravioleta que assenta numa escala entre 0 e 12.

 

Em Portugal, durante o verão, o índice varia consoante as regiões do pais, entre 4 (risco moderado) e 9 (risco muito alto). Assim, no que toca à prevenção é também importante ter em conta o grau de radiação, cuja informação pode ser encontrada no site do Instituto de Meteorologia.

Cuidados com o sol


As crianças têm maior facilidade em apanhar um escaldão, sendo que a queimadura solar origina sintomas perigosos como a dermite, uma inflamação aguda causada pela exposição excessiva.


Para além de garantir que o seu filho não apanha sol entre as 11 e as 16 horas, deve ter em conta que, depois do inverno, o corpo precisa de se voltar a adaptar ao sol. 


Nos primeiros dias de praia, aconselha-se o uso de uma camisola de algodão, de um chapéu (de abas largas ou boné com a pala para a frente), para além do fato de banho. Lembre-se que a luz é reflectida também na areia, na água e neve. Por isso, mesmo estando à sombra, ou em dias nublados, a radiação também atinge a pele (as nuvens deixam passar cerca de 80 por cento da radiação). 

 

Assim, quando o seu filho brinca na rua ou jardim não está livre dos efeitos nefastos dos raios solares, sendo importante que use um protetor solar, para além de roupas leves e frescas. Por outro lado, como as estruturas da retina estão incompletas até à adolescência, é fundamental que use óculos escuros quando está ao sol. Escolha um modelo que indique proteção total contra raios UVA e UVB.


Fórmulas infantis


Atualmente encontra à venda protectores solares infantis. Como explica Manuela Cochito, dermatologista, estes «são, sobretudo, feitos com protetores físicos (óxido de zinco e dióxido de titânio) que, sendo protetores minerais, refletem a luz como microespelhos, protegendo assim a pele da criança».

 

«Como são minerais, envolvem menos riscos de alergias, sendo portanto as fórmulas ideais para crianças, apesar de, por vezes, serem cosmeticamente um pouco pastosos (o que tem vindo a melhorar muito nos últimos anos)», acrescenta ainda.

 

Na hora de escolher um protetor solar para o seu filho tenha em conta que «os filtros solares devem ter sempre índices superiores a 30, uma vez que os testes que são feitos para determinar o índice ocorrem com quantidades muito superiores aquelas que se colocam habitualmente na pele. Para as crianças com menos de 10 anos devem ser sempre com rotulagem para crianças».

 

Texto: Mariana Correia de Barros com Manuela Cochito (dermatologista)