É uma das atividades físicas mais completas, faz bem e eles ainda por cima adoram! Na piscina (em qualquer altura) ou na praia (quando o calor aperta), é inevitável pensar em mergulhos frescos e revigorantes.

 

A água é símbolo de diversão e não há criança que resista. Para além de ser divertido brincar na água, nadar faz bem.

 

«A natação ajuda a aumentar a resistência cardiovascular e cardiorespiratória e reforça a circulação de oxigénio por todo o corpo, ao mesmo tempo que fortalece braços, pernas, costas, ombros e trabalha os músculos abdominais e dorsais», sublinha Duarte Galvão, fisioterapeuta e professor de natação.

Benefícios para todos

A grande vantagem da natação face a outras modalidades é que não existe impacto. «Como estamos dentro de água, temos a força da sustentação da água, o que minimiza o perigo de lesões articulares e de algum impacto que possa haver a nível a coluna lombar», afirma o fisioterapeuta.

Esta é, por isso, uma modalidade indicada para pessoas de diversas idades, com pesos e constituições físicas muito diferentes. «A corrida e o step, por exemplo, são atividades desaconselhadas a pessoas mais pesadas, enquanto a natação está indicada para toda a gente», sublinha.

Ao nadar, trabalhamos simetricamente o corpo e temos um trabalho generalizado que engloba toda a parte muscular. Para além disso obriga-nos a uma respiração cíclica, por isso, ensina-nos a respirar e a coordenar os movimentos», explica o fisioterapeuta.

Aquecer é essencial

Como a natação é uma atividade mais lúdica, sobretudo em férias, muitas vezes o aquecimento fica esquecido. «A natação provoca movimentos corporais que não fazemos no dia a dia e se os músculos não estiverem preparados podem ocorrer cãibras», alerta Duarte Galvão.

«Principalmente no mar que normalmente está muito mais frio do que a temperatura ambiente, havendo um choque térmico elevado», sublinha. «Os músculos contraem-se automaticamente, para contrariar o frio repentino, e facilmente ocorrem cãibras e dores musculares», acrescenta ainda.

Para o evitar, devemos beber muita água e fazer um ligeiro aquecimento antes de irmos nadar. Se o seu filho tiver uma cãibra, deve então procurar uma zona onde tenha pé, sair da água e alongar-lhe e massajar-lhe o músculo afetado.

Mergulhos perigosos

Os principais riscos associados ao mergulho são os traumatismos cranianos ou vertebrais que resultam do facto de serem realizados em águas pouco profundas ou devido ao embate em obstáculos subaquáticos.

«Os saltos para a água em mortal ou andar às cavalitas são brincadeiras que podem resultar em quedas especialmente perigosas», alerta Duarte Galvão.

 

Verifique sempre a profundidade e alerte o seu filho para que não salte para águas escuras, pois podem não ser visíveis nadadores ou obstáculos submersos. Na piscina, tenha atenção à proximidade das saídas de águas, pois a força de sucção é suficiente para prender partes do corpo ou o cabelo e manter a cabeça debaixo de água. Aponte-as ao seu filho e alerte-o bem para este tipo de situação.

Duarte Galvão chama ainda a atenção para a importância de se respirar correctamente. De forma cíclica e regular. «Uma respiração errada cansa muito mais e pode dar origem a situações de cansaço súbito dentro de água», adverte.

«Na natação, é necessário coordenar a respiração com os movimentos. Por exemplo, ao nadar de bruços, devemos inspirar sempre que se tira a cabeça debaixo de água e expirar quando mergulhamos», aconselha.

Entrar na água muito depressa quando está muito calor ou de estômago cheio também é desaconselhável pois o choque térmico pode causar uma paragem cardíaca. Explique isto aos seus filhos e ensine-os a ser mais pacientes.

Texto: Raquel Amaral com Duarte Galvão (fisioterapeuta)