Os piolhos são insetos que não voam, pelo que se transmitem apenas pelo contacto direto da cabeça com outra cabeça ou com um objeto contaminado (chapéu, casaco ou toalha).

Há medidas que podem ser tomadas:

  1. Deve-se tentar que cada criança tenha o próprio chapéu na escola e não partilhe;
  1. A cabeça das crianças deve ser observada regularmente, para tentar detetar se surgiu algum piolho ou lêndea (ovos de piolho que ficam agarrados aos cabelos);
  1. Podem ser usados champôs de prevenção, embora a sua eficácia seja variável. São uma opção principalmente quando surgem piolhos na sala de aula, de forma a minimizar a transmissão.

Relativamente ao tratamento, há também algumas regras a seguir, para aumentar a eficácia:

  1. Pode ser utilizado um champô ou uma loção, desde que o produto seja adequado à idade da criança. O tratamento deve ser cumprido de forma exemplar, seguindo as instruções e o mais rápido possível;
  1. O tratamento deve ser feito à criança e a todos os conviventes (pais e irmãos, por exemplo);
  1. Após o tratamento, o cabelo tem de ser escovado com um pente de dentes muito finos, específico para piolhos, sempre da raiz para a periferia, de modo a conseguir descolar as lêndeas (basta ficar uma lêndea para voltar a surgir tudo outra vez);
  1. Há produtos que exigem reaplicação ao fim de algum tempo e é fundamental que se cumpra também essa etapa;
  1. A aplicação de álcool ou azeite na cabeça não tem eficácia.

Posto isto, se o seu filho apanhar piolhos não desespere. Hoje em dia há muitas soluções no mercado e, com as medidas descritas acima, vai ver que consegue controlar bem o problema.

CONSULTÓRIO

[Raquel Santana]

A minha filha mais velha tem quatro anos e ainda usa chupeta. Tenho encontrado muita resistência da parte dela para a deixar. Já tentámos várias estratégias, como o Natal, os quatro anos, a fada que deixa um presente, e nada. Cada vez que se fala disso é um tormento. O pediatra e a dentista dizem que não posso prolongar mais. Tem alguma estratégia que me possa ser útil?

A solução passa por tentar conversar com ela e negociar o momento. Geralmente funciona bem o reforço positivo, ou seja, combinar uma recompensa para quando deixar a chupeta. Deve ser algo concreto, que ela veja, de forma a estar sempre presente (comprem em conjunto e deixem em casa, visível, sem poder mexer até deixar mesmo a chupeta). Se mesmo assim não funcionar, por vezes pode resultar furar a chupeta sem ela notar. Pode ser que perca o interesse. Por fim, gostaria apenas de reforçar que normalmente não adianta muito fazer um braço-de-ferro neste processo, porque diminui a probabilidade de sucesso.

[Filipa Serrano]

Tenho um bebé com um mês que esteve com leite materno e artificial normal. Começou a ficar com obstipação, mudei para a fórmula HA, mas não tem melhorado. Acabo por ter de recorrer a um gel laxante. Comecei a pôr umas gotas, por recomendação do médico de família, mas sem efeito algum. Há outras alternativas?

As fórmulas HA servem para prevenir as alergias à proteína do leite de vaca em crianças de risco, pelo que é normal não ter havido grande melhoria. No seu caso, optaria por um leite específico para obstipação (com as designações Conforto, AO ou Digest), para ver se melhora. Geralmente é uma questão de adaptação do bebé, mas quando vir que está muito desconfortável com a situação pode aplicar um clister de bebé, para o ajudar.

Texto de Hugo Rodrigues (Pediatra)

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