E sabe que os pais podem ter muita influência neste comportamento? Exatamente! Isso porque, quando lidam com os filhos, as mães e os pais utilizam muito mais o «não» do que o «sim».

 

Nos primeiros anos de vida, a criança quer descobrir o mundo e vai explorá-lo de todas as formas possíveis, inclusive de maneiras perigosas. E os adultos vão passar uma boa parte do tempo a dizer «não», «não» e «não». Com o tempo, a criança vai internalizando essas negativas e imita os pais. Já para não dizer que se apercebe da reação que causa com a palavra.

 

Por volta dos 3 anos, a criança já tem vontade própria, está a afirmar a sua independência e isto pode fazer com que use bastante o «não» quando se expressa. Nesta fase, para ajudar a criança a não ser tão negativa, é importante que os pais tomem cuidado com as palavras, reforçando o «sim», sendo mais afirmativos que negativos.

 

Por exemplo: em vez de dizer «não pises a relva», devem dizer «anda pelo passeio». Outra forma de fazer isto é trocar o «não» por uma boa explicação. «Não precisa ceder, mas é necessário argumentar com a criança por que é que ela não pode comportar-se daquela determinada maneira», diz a psicopedagoga Nádia Sousa.

 

Uma coisa que que costuma resultar é combinar coisas com a criança. Não há problema se ela não comer um dia, se não está com fome e passar logo para a sobremesa (não é por isso que vai ficar doente!). Mas no dia seguinte tudo volta ao normal.

TRÊS DICAS PRÁTICAS PARA 3 «NÃO»

Não quero lavar os dentes!

Sempre que puder, lave os seus dentes ao lado da criança. Encontre um dentista simpático e gentil e apoie as tentativas dele para melhorar a higiene oral do seu filho.

 

Não quero mudar de roupa!

Defina regras sobre o uso de roupas. Conversem sobre a importância da limpeza para que o seu filho entenda por que é preciso lavar a roupa.

 

Não quero comer!

Evite forçar a criança a comer quando não tem fome. Um dia só não vai prejudicá-la. Não use a culpa, dizendo que fez a comida com carinho... Misturar afeto e nutrição conduz a um mau relacionamento com a comida e pode induzir distúrbios alimentares.

 

 

Maria João Pratt

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