Há cada vez mais crianças com dificuldade em largá-la. Em inglês, chucha denomina-se pacifier. «É um apaziguador para o bebé que ainda não aprendeu a acalmar-se sozinho. Nas crianças com dois ou três anos a chucha é, em regra, substituída por um boneco mais personalizado, com nome.  A criança identifica a sua companhia de dormir de forma personalizada», explica Ana Serrão Neto, pediatra e coordenadora do Centro da Criança e do Adolescente do Hospital Cuf Descobertas, em Lisboa.

À medida que a criança evolui no desenvolvimento psicomotor, adquire maior autonomia e segurança, pelo que a chucha e o objeto preferido vão ficando esquecidos. «Com quatro ou cinco anos, não é desejável que a criança ainda ande de chucha. Pode traduzir insegurança e ansiedade de separação. Cabe aos pais negociar com a criança, de forma firme, para eliminar a chucha», defende a especialista.

Para ultrapassar o problema, «defina uma data e um prémio concreto», recomenda Ana Serrão Neto. «Sentir a autoridade paterna dá segurança e tranquilidade à criança. A negociação pode ter uma contrapartida que a criança deseje muito», sublinha, no entanto, a especialista, que desaconselha a inclusão de perguntas como «Vamos deitar fora a chucha, queres?» para «não dar a oportunidade à criança de dizer que não», justifica a médica.