Os livros podem ser de embalo, de interações ou de descobertas sensoriais. Podem ser histórias curtas, longas, simbólicas ou temáticas.

Podem ser de pano, de capa mole ou capa dura, grandes ou pequenos. Enfim, os livros são, sem dúvida, variados e feitos para todas as idades.

Neste artigo, fique a conhecer os livros mais adequados a cada faixa etária e aprenda a fazer a escolha certa na hora de entreter ou embalar o seu filho. Com a ajuda da psicóloga Ana Mourato, especialista em educação e leitura, preparámos um guia que lhe diz qual o livro ideal para cada idade, de acordo com as necessidades específicas de cada fase do desenvolvimento infantil.

Até aos cinco meses

A especialista Ana Mourato recomenda para estas idades, em que o bebé está a vivenciar as primeiras experiências sensoriais, mini-histórias e canções de embalo que devem ser idealmente contadas e/ou cantadas pela voz da mãe ou da pessoa cuidadora.

A partir dos seis meses

Se o seu bebé se encontra nesta faixa etária, opte por comprar livros interativos de pano com cor, sons e ilustrações claras. «Estes livros devem ter características físicas que permitam que a criança os coloque na boca, sem perigo», recomenda a especialista. Ana Mourato aconselha também os livros que apresentam uma outra forma, por exemplo, a de um animal, para que o bebé possa abraçá-lo sem se magoar ou com o qual possa adormecer e até passar por cima ao gatinhar.

A partir dos 12 meses

Quando o seu bebé completa um ano, já pode escolher para ele livros interativos, com elementos que se podem esconder e fazer aparecer e com mini-contos com princípio, meio e fim. Mas, atenção, estes livros devem ser pequenos (fáceis de pegar pelo bebé), de pano ou cartonados. «Os contos que remetem para o dia a dia do bebé são muito bem recebidos», sugere Ana Mourato.

A partir dos 18/24 meses até 36 meses

Nesta faixa etária, os livros ideais para o seu filho são os «livros cartonados que tenham janelas para descobrir personagens e objetos, espelhos onde as crianças se possam ver e interações que impliquem puxar, enfiar, abrir, desdobrar», recomenda a especialista.

«Privilegie os livros com pequenos contos que abordem as cores e que permitam contar um número pequeno de objetos», aconselha ainda, lembrando que «as ilustrações devem ser claras e apelativas, enquanto que os conteúdos devem remeter para o quotidiano da criança».

Entre os 4 e 5 anos

Aqui o seu filho já pode experimentar os livros de capa dura ou capa mole, com um formato grande ou pequeno mas com contos curtos e histórias claras. «Estes livros devem remeter para conquistas pessoais, valor pessoal, autonomia e medos. Os contos em que as personagens são animais são muito bem recebidos», recomenda Ana Mourato, explicando que «as crianças, nesta faixa etária, envolvem-se facilmente na história porque se identificam facilmente com os animais».

A partir dos 6 anos

A partir desta idade, os livros podem ser de capa dura ou capa mole, de formato grande ou pequeno. «O importante é que contenham histórias que deem espaço à curiosidade, ao suspense, a aventuras ou descobertas», alerta a especialista. «As crianças nesta faixa etária gostam especialmente de ouvir contos que tenham como personagens dragões, fadas ou princesas», adianta ainda, lembrando que «as ilustrações devem ser apelativas e devem ilustrar a narrativa».

A partir dos 12 anos

Se o seu filho já tem mais que dez anos, deve optar por narrativas mais longas. «As ilustrações poderão interagir com os leitores, no sentido de trazer a eles próprios elementos de jogo e de humor, poderão ser mais simbólicas e não tão lineares ao texto», assegura Ana Mourato. Estes livros poderão ter conteúdos próximos da sua realidade. Nesta fase, caracterizada pelo início da adolescência, os conteúdos podem remeter para amores, para mudanças físicas, para a promoção da autoestima ou contar aventuras com grupos de amigos», recomenda a psicóloga.

Texto: Sofia Cardoso com Ana Mourato (psicóloga educacional especialista em educação e leitura)