Muitos vêm, a marcação de uma consulta, com um profissional de saúde apenas como um processo de procura de um rótulo. O marcar de uma consulta com um Terapeuta da Fala não é exceção. Mas, é muito mais do que isso, pois cada pessoa é um ser com características individuais, e como tal, para além do rótulo a consulta inclui: a explicação da condição e da causa, redução da ansiedade familiar e também do próprio, esclarecimento de mitos, e orientações à família, poderá também incluir o planear de uma intervenção.

 

Quando ouvimos uma criança “falar mal”, podemos sempre achar que “isso” com o tempo passa, mas se já aguardou seis meses e não vê alterações, a possibilidade de se resolver por si, já é muito, muito baixa.

 

Se na sua opinião, uma criança na sua família, não consegue: responder apontando, ou pelo olhar; manter um diálogo ou fazer e responder a perguntas; a maneira de falar é diferente do resto das crianças da mesma idade; fala, mas só quem está habituado é que a entende, então já há vários sinais de alerta que deveriam ter uma resposta especializada.

 

Diagnóstico: Perturbação Específica da Linguagem (PEL). Qual a diferença de Atraso do Desenvolvimento da Linguagem (ADL)?

 

No caso do ADL, como o próprio nome indica, a criança adquiriu linguagem. No entanto, ao longo do seu desenvolvimento linguístico, este encontra-se aquém do esperado. Ou seja, no que diz respeito ao que compreende e/ou exprime a criança parece ser mais nova do que é.

 

Enquanto num ADL, há a hipótese de a criança “apanhar” os seus pares sem intervenção com um Terapeuta da Fala, isso já não sucede com uma PEL, pois as limitações em como a criança se exprime são significativas, mas estas não podem ser atribuídas a uma doença, a surdez, ou a défice cognitivo.

 

Conforme a classificação, PEL divide-se em vários subtipos, no entanto a característica “típica” nos mais novos é ter 2, 3 anos e ainda não falar. Uma criança com PEL tenta fazer-se entender e algumas desenvolvem gestos próprios. Mas, quanto ao que verbaliza, só quem está habituado é que a entende. Já nos mais velhos as características mais frequentes são: não usar preposições e pronomes, ou então fazem-no com substituições, a construção de frases é um pouco estranha e parecem estrangeiros a falar a sua língua materna.

 

Estudos indicam que 7.4% das crianças que se encontram no Jardim de Infância podem ter PEL e as dificuldades linguísticas com o passar do tempo sofrem mudanças. Porém, na adolescência ainda são observadas dificuldades fonológicas e sintácticas.

 

Qualquer tipo de duvida que queira ver esclarecida por favor contacte Jaqueline Carmona através do seguinte email: jaqueline.carmona@pin.com.pt

 

Jaqueline Carmona

Terapeuta da Fala e Linguista Especialista em Disfluência (Gaguez)

PIN - Progresso Infantil