Muitos especialistas, nacionais e internacionais, defendem que as crianças devem passar mais horas a brincar com brinquedos adequados à sua idade do que com telemóveis, tablets e computadores, como muitas vezes se vê à nossa volta. Mário Cordeiro, médico pediatra e autor do livro "Crescer seguro", publicado pela editora Glaciar, aponta alguns dos principais brinquedos e atividades que estimulam o desenvolvimento cognitivo dos mais pequenos.

Os mais indicados a partir dos 3 anos

O faz de conta, a fantasia e a imitação sofrem um enorme impulso nesta fase, tal como também sucede com a criatividade. "As histórias contadas têm de ser mais complexas, estando completamente ao seu alcance contos tradicionais ou fábulas. Os puzzles estimulam a concentração e a relação entre o olho e a mão, a compreensão global, a análise e a síntese, além da capacidade de resolver problemas", sugere Mário Cordeiro.

"No que se refere às melhores opções, é a altura da total perda de omnipotência e de refúgio na reafirmação dos pequenos poderes caseiros", esclarece ainda o médico pediatra. Nesta fase, como não será propriamente uma novidade para si, o vocabulário é extenso, bem como a constante necessidade de ir além das coisas, materializado através de perguntas como para saber o como, o quando e o inesgotável porquê.

"Outra opção a considerar são os livros para pintar e para ler, de preferência com histórias engraçadas que apresentem situações inesperadas, mas com uma clara divisão entre bons e maus, para além de uma certa moral final", aconselha ainda Mário Cordeiro. Existem atualmente no mercado nacional milhares de títulos de obras infantis que reúnem estas características e que representam uma excelente opção.

Os mais indicados entre os 4 e os 5 anos

O que caracteriza esta idade é o desejo de jogos coletivos, de aprendizagem cognitiva e de grande coordenação entre movimentos grossos e finos. "A criança entusiasma-se com a sua própria capacidade e com o seu próprio êxito e expande a criatividade e a imaginação", refere Mário Cordeiro. "Começa a descodificação das letras, dos números e dos outros símbolos", afirma ainda o especialista.

"A lista das boas opções para esta fase inclui jogos com trabalhos manuais, carrinhos e pistas, triciclos e bicicletas, jogos de construção e teatro de marionetas, livros de histórias, instrumentos musicais e jogos de representação, em miniatura ou tamanho real da vida do dia a dia", indica Mário Cordeiro. Os jogos de materialização com blocos, tipo Lego, são dos mais aconselhados pelos especialistas.

Os cuidados a ter com skates, patins e bicicletas a partir dos 6 anos

A partir dos 6 anos, podem começar a ser usados pelos mais pequenos, privilegiando o contacto com o exterior. Se os comprar para dar, ofereça sempre o equipamento de proteção. Para serem utilizados sem consequências graves, é essencial que estejam acompanhados de um bom capacete e, já agora, de joelheiras e cotoveleiras. É bom que todos nos convençamos de que, sem esses acessórios, o equipamento está incompleto.

Texto: Carlos Eugénio Augusto com revisão científica de Mário Cordeiro (médico pediatra)