Para além dos cuidados mais generalizados de lavagem frequente das mãos para desinfetar, proteger a boca e nariz quando se tosse ou espirra, e manter bons níveis de hidratação, a alimentação cuidada das crianças pode ter um papel crucial na manutenção de um sistema imunitário funcional, que defenda os pequeninos que são mais suscetíveis de adoecerem.

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Uma alimentação natural e muito colorida, com fruta e legumes em porções adequadas, crus ou cozinhados de maneira a não desperdiçar os seus nutrientes, como cozinhados a vapor, em sopas ou em estufados, fornece doses extras de substâncias com poderes antioxidantes (betacarotenos, vitamina C e vitamina E) que ajudam a combater infeções e a estimular o sistema imunitário. Fontes alimentares de vitaminas C e E estão descritas em alguns estudos como importantes para a diminuição da prevalência de sintomas de asma.

É fundamental também manter ingestões adequadas de boas fontes de proteínas como peixe (em especial peixes gordos), aves, ovos, produtos lácteos e frutos oleaginosos, que são também fontes de zinco e selénio, minerais que estimulam o sistema imunitário.

Uma nota quanto aos produtos lácteos: alguma bibliografia indica que a ingestão destes produtos pode aumentar a produção de muco nas vias respiratórias, por isso, é às vezes aconselhado diminuir ou suspender a sua ingestão quando as crianças estão congestionadas ou com mais tosse.

6 alimentos que estimulam o sistema imunitário e que protegem as crianças

Brócolos

Legume rico em flavonoides, vitamina C e selénio, excelentes antioxidantes, com efeitos anticancerígeno e anti-inflamatório. Fácil de cozinhar e pode ser aproveitado desde o caule até à flor e às folhas.

Como cozinhar para as crianças: em pequenos ramos, escaldados e depois salteados com azeite e alho, misturados numa massa ou fazer em puré aproveitando também o caule e misturado com um pouco de puré de batata.

Iogurte natural

Ótimo como fonte de probióticos, bactérias muito importantes para manutenção da flora intestinal e com funções de estímulo do sistema imunitário.
Pode ser misturado com fruta fresca e alguns frutos oleaginosos (amêndoas ou nozes) e oferecido como lanche às crianças.

Frutos vermelhos ou do bosque

Morangos, mirtilos, framboesas, são excelentes fontes de vitamina C e de antocianinas, que são flavonoides responsáveis pela pigmentação avermelhada e/ou azulada destes frutos com uma atividade antioxidante muito importante.

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A melhor forma de aproveitar as propriedades destes frutos é ingeri-los crus , por isso devem ser oferecidos às crianças crus, misturados com iogurte ou com uma gelatina vegetal, por exemplo.

Galinha

Alguns estudos descrevem a canja de galinha como um bom “remédio” para constipações e gripes, uma vez que “alegadamente” estimula a produção de células protetoras, e se forem utilizados os ossos na sua confecção aumenta os seus efeitos “curativos”. A carne de galinha é rica em vários minerais, a destacar o zinco e o selénio como estimulantes do sistema imunitário.

Qual é a criança que não gosta de uma boa e caseira canja de galinha com massinhas em forma de letras?

Ervilhas

Excelente fonte de vitamina C, luteína, carotenos, vitaminas do Complexo B, com funções antioxidantes, para além de ser uma fonte importante de aminoácidos e fibra insolúvel. Normalmente as crianças gostam do seu sabor adocicado. Devem ser preferidas as ervilhas ultracongeladas, que oferecem as maiores doses de nutrientes.

Ao fazer uma sopa de ervilhas, deve juntá-las só nos últimos 5 minutos, para o calor não diminuir o conteúdo em vitamina C.

Alho

Apesar do seu forte odor é um autêntico antisséptico na cozinha. Diversos estudos indicam que o alho tem efeito antibiótico e inibe infeções fúngicas. Ingerido em doses suficientes e regulares pode ser uma boa fonte de vitamina C, selénio, potássio e cálcio.

A melhor forma de garantir que as crianças ingerem regularmente alho, é desde bebés, estarem habituados ao sabor do alho, quando incorporado nos mais diversos cozinhados, sejam sopas, estufados, sejam massas ou assados.

As recomendações são da nutricionista Carla Rodrigues Ferreira, diretora da Clínica Makai.