Chuchar no dedo é um hábito relacionado com as crianças pequenas, e que está presente literalmente desde o útero. É muito comum que desde as ecografias sejam captadas imagens do feto já com este hábito! Os bebés têm desde antes do nascimento, um reflexo de sucção muito forte, sugando tudo que surge próximo à sua boca. Esse reflexo é justamente para garantir a sua sobrevivência, já que dele depende a amamentação, ou seja, a sua primeira forma de alimentação.

O normal é que esse reflexo primitivo desapareça com o tempo, mas é ele que vai decidir o verdadeiro significado. Normalmente o ato de sugar o dedo no primeiro e segundo mês de vida é puro reflexo. Depois disso a criança pode continuar com o hábito por prazer ou por ter uma sensação de acolhimento.

Porém, o grande problema é que chuchar o dedo causa diversos problemas:

Interferência no posicionamento dos dentes;

Interferência no crescimento dos ossos da face, principalmente do maxilar;

Distúrbios da fala;

O chuchar no dedo pode ser um desafio ainda mais complicado que a chucha, já que está ao alcance da criança a qualquer momento. O hábito geralmente começa por questões fisiológicas: a necessidade de a criança chuchar, que pode ser anterior até ao nascimento, e a dor e comichão na gengiva devido ao nascimento dos dentes, o que costuma ocorrer a partir dos 6 meses ou antes, em alguns casos.

Quando se deve tirar?

Se entre 1 ano e meio e 2 anos a criança não tiver abandonado o hábito sozinha, é um bom momento para tentar retirar. Nesta fase, ela está a sair da fase oral, em que coloca tudo na boca para interagir com o mundo ao redor.

Perceba o porquê!

Note em quais situações o seu filho coloca o dedo na boca: em momentos de sono, medo, insegurança ou ansiedade, por exemplo. Quando a criança se embala sozinha ou se autoconsola, o ato de chuchar o dedo pode sinalizar que deseja mais atenção.

Como se deve tirar?

Além da conversa sobre os malefícios de chuchar no dedo (os mesmos do biberon e da chucha), após os 2 anos, a criança deve ser incentivada a tirar o dedo da boca e a segurar outro objeto que o substitua, como um boneco, brinquedo ou paninho. Durante o dia, ao perceber que ela está a chupar o dedo, não a repreenda. Procure propor atividades manuais e brincadeiras para entretê-la de modo criativo. Outra opção é oferecer objetos para ocupar as mãos, de forma a que se esqueça de colocar o dedo na boca. Ao frequentar a escola e perceber que os colegas já não chucham no dedo, normalmente a criança abandona o hábito.

Quando deve pedir ajuda?

Se, mesmo após muita conversa e diversas tentativas diferentes, o hábito persistir para além dos 3 anos, pode ser válida a avaliação de um pediatra ou psicólogo, antes que este hábito prejudique a dentição do seu filho.