Amamentar um bebé enquanto ele é vacinado, massajá-lo e manter o contacto físico direto com a pele da mãe são medidas que ajudam a reduzir a dor dos recém-nascidos. Sendo o uso de medicamentos limitado nessa fase, a investigação tem-se vindo a dirigir, ao longo dos últimos anos, para criação de terapêuticas alternativas para evitar a dor.

Estas sugestões, que resultam de vários estudos apresentados nas últimas edições do Congresso da Federação Internacional para o Estudo da Dor (EFIC), estão alinhadas com as recomendações de outros especialistas e até de organismos e instituições de saúde internacionais, que se juntam a profissionais que defendem o recurso a terapias alternativas, como a acupuntura, para aliviar cólicas e outros desconfortos.

«Na maior parte das vezes, a aplicação é realizada sem que o bebé sequer perceba o que está acontecendo», assegura mesmo Erica de Paula, psicóloga e acupunturista brasileira. Para esta especialista, o tratamento pode ser feito logo desde os primeiros dias de vida da criança, com a criança a dormir ou a ser amamentada pela mãe para facilitar o processo.

Segundo estatísticas internacionais, entre 20% a 40% dos recém-nascidos sofre de dores agudas, mas as limitações decorrentes da sua condição acabam por constituir um impedimento ao desenvolvimento de novos procedimentos de prevenção, tratamento e cura. «A dor destas crianças está subavaliada, logo não pode ser tratada convenientemente», concluiu um estudo desenvolvido por três enfermeiras francesas.

Na tentativa de ajudar muitos pais que não sabem como lidar com o problema, a Canadian Paediatric Society, associação pediátrica canadiana, elaborou um conjunto de normas orientadoras que podem minimizar o problema. Em caso de dor no bebé, mantê-lo numa zona calma, sem ruídos estridentes, com uma iluminação suave e tranquilizante, evitando movimentos bruscos.

O uso da chucha também é recomendado. Envolver o recém-nascido numa manta, para potenciar uma situação de conforto, é outra das soluções preconizadas. Muito elogiada pelos especialistas, «a amamentação também funciona como analgésico durante processos de punção venosa a que estes pequenos seres são sujeitos», refere ainda uma outra investigação.