Assumimos mil e um papéis que gerimos de maneira a estar em todos os lugares ao mesmo tempo.

Espera-se que não falhemos em nenhum dos nossos papéis e que estejamos sempre perfeitas, de sorriso na cara, a cumprir todas as tarefas que nos impusemos. Não é suposto que acusemos cansaço ou desânimo. Num mundo perfeito, seríamos todas assim.

Mas não somos. Andamos cansadas em permanência, não temos o dom da ubiquidade, não somos super-mulheres e, pasmem-se, não queremos ser. Queremos ser felizes naquilo que é mais importante para nós. Queremos sentir-nos realizadas e acarinhadas. Queremos que o nosso valor seja reconhecido. Queremos que nos tratem como merecem ser tratadas as pessoas que fazem o mundo girar porque, no fundo, é isso que fazemos.

O nível de exigência é avassalador. E, na maioria das vezes, é uma exigência auto-imposta: somos nós que não nos permitimos o mínimo deslize, que nos obrigamos a afinar sempre pelo diapasão da perfeição. Mas depois olhamos para os nossos filhos, para os nossos maridos, para todas as pessoas e todas as coisas que dependem de nós, vemos que estão felizes, que são saudáveis, que funcionam exactamente como seria de esperar e não podemos sentir-nos senão em paz connosco. Cumprimos o nosso papel… venha de lá o próximo desafio!

 

Lénia Rufino

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