O rapper norte-americano Wiz Khalifa fez uma homenagem controversa ao barão de droga colombiano Pablo Escobar, quando visitou o seu túmulo na sexta-feira à margem de uma série de concertos que deu na Colômbia.

"Este tipo em vez de colocar flores no túmulo do Pablo Escobar devia, como qualquer outro, fazê-lo às vítimas da violência gerada pelo tráfico de drogas", disse hoje Federico Gutierrez, o autarca de Medellin, segunda maior cidade da Colômbia e lar do famoso traficante.

Pablo Escobar morreu a 2 de dezembro de 1993.

"Esta apologia ao crime faz-nos muito mal", disse, referindo-se à "peregrinação" realizada pelo rapper.

Wiz Khalifa visitou o cemitério onde está sepultado um dos homens mais temidos e ricos da Colômbia, tendo colocado um arranjo de flores e fumado um charro, segundo fotografias que o próprio colocou no Instagram.

Artesão de uma guerra sangrenta na década de 1980 para escapar à extradição para os Estados Unidos, Pablo Escobar chocou o país com os assassínios cometidos, incluindo um ministro da Justiça, o dono de um jornal, um governador e um candidato às eleições presidenciais.

Pablo Escobar também terá sido responsável pela morte de centenas de passageiros de um avião destruído por uma bomba em 1989.

Em 1991, rendeu-se e foi preso numa prisão de luxo de onde fugiu em 1992, acabando por ser morto pela polícia em dezembro de 1993.

Segundo a organização não-governamental "Colômbia com Memória", que trabalha com as vítimas do tráfico de droga, estão atribuídas a Pablo Escobar cerca de 50 mil vítimas.

Mais de 20 anos depois da sua morte, o fantasma de Pablo Escobar ainda assombra os colombianos, divididos entre os traumatizados pelos seus crimes e os mais pobres que beneficiaram da sua generosidade.