"Sou um firme defensor da teoria de que é preciso esperar pelo processo", afirmou Oliver Stone, considerando que a indústria cinematográfica e o público julgaram prematuramente Harvey Weinstein.

"A meu ver, um homem não devia ser condenado por um sistema de justiceiros", afirmou o cineasta de 71 anos, em conferência de imprensa em Busan, na Coreia do Sul, onde preside a um júri internacional de um festival de cinema.

"Se ele enfrentar a justiça, saber-se-á" se as alegações são verdadeiras, observou. "Vou simplesmente esperar [para me pronunciar], que é o correto", insistiu.

"Para mim foi um rival, nunca fiz negócios com ele e realmente não o conhecia. Ouvi histórias de horrores sobre quase toda a gente no trabalho, pelo que não vou comentar mexericos", sustentou o realizador de 'Platoon - Os Bravos do Pelotão' (1986) e de 'JFK' (1991).

Harvey Weinstein, um dos mais influentes produtores de Hollywood, foi despedido da The Weinstein Company, empresa que cofundou, poucos dias depois da publicação pelo New York Times de um artigo segundo o qual alcançou, durante décadas, uma série de acordos extrajudiciais para pôr termo a denúncias de assédio sexual, as quais remontam à década de 1990.

Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Mira Sorvino, Ashley Judd, Léa Seydoux e Asia Argento figuram entre as mulheres que denunciaram uma série de episódios diferentes que vão desde presumíveis comportamentos sexuais abusivos a supostas violações por parte do produtor galardoado com um Óscar pela produção de "A Paixão de Shakespeare" (1998).

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira que o conselho de administração vai realizar uma reunião especial no sábado para discutir as acusações contra Weinstein e as eventuais ações a tomar.

Weinstein, de 65 anos, é atualmente alvo de uma investigação policial em Nova Iorque e no Reino Unido.