A atriz Sónia Brazão disse hoje no Tribunal de Oeiras ter pouca memória dos momentos que antecederam a explosão ocorrida no seu apartamento de Algés, a 3 de junho de 201, mas negou conduta negligente e recusou qualquer responsabilidade no dramático evento.

Acusada do crime de “libertação de gases asfixiantes por conduta negligente, com intenção de pôr termo à vida”, Sónia declarou na primeira audiência do seu julgamento que, desse dia, só se recorda de estar muito cansada e de ter adormecido na sala, após ingestão de comprimidos para dormir.

“De repente, senti uma dor que não consigo descrever, de alguém a agarrar-me e já só me lembro de ir na maca para o hospital", contou a atriz.

“Estava descontente com algumas coisas da minha vida, como qualquer ser humano, mas nunca tive razão para me suicidar” , acrescentou Sónia Brazão.

Além da atriz, foram ouvidas em tribunal, na manhã desta terça-feira, cinco testemunhas: um bombeiro, dois agentes da PSP, o coordenador de investigação criminal, que assegurou que os quatro bicos do fogão tinham sido propositadamente abertos para libertar o gás, e a inspetora da Polícia Judiciária neste processo.

Esta última testemunha disse ter-se apurado que, na altura, a atriz tinha "álcool no sangue, ingerido medicamentos e substâncias canabinoides" e dito a quem a socorreu que não queria ajuda porque queria morrer, levando à teoria de que Sónia Brazão quereria então suicidar-se.

À entrada para o tribunal, onde o julgamento vai continuar nas próximas semanas, Sónia disse aos jornalistas que estava “tranquila”. A seu lado, o advogado de defesa, Jorge Pracana, afirmou que a atriz pretende provar “a sua não culpabilidade”.