Acusado por José Sócrates, numa entrevista ao “Expresso”, de ter estado por detrás de uma “campanha caluniosa” contra ele nos tempos em que chefiava o Governo, Pedro Santana Lopes disse ontem à noite no canal CMTV que o ex-primeiro-ministro “devia ver-se ao espelho” e que “o animal feroz está a ficar raivoso”.

Santana, que foi alcunhado de “bandalho” por Sócrates na referida entrevista, desmentiu que alguma vez tenha insinuado que o político socialista era homossexual: “É uma falsidade extrema, como outras”, disse o atual provedor da Santa Casa da Misericórdia. 

Sobre o caso Freeport, Santana Lopes referiu que “nunca deu instruções sobre processo nenhum” – ao contrário do sugerido pelo antigo primeiro-ministro - , mas sublinhou que “tudo o que as autoridades investigaram foram factos da vida real de José Sócrates, que nada têm a ver comigo”.

Para o político social-democrata, José Sócrates foi vítima do seu próprio passado, porque “fez muita coisa complicada”, desde o Freeport ao processo de licenciatura, passando pelas “casas da Guarda” e o caso “Cova da Beira”.

“Da licenciatura não fala”, declarou Santana, e “qualquer dia vai vai dizer que fui eu que mandei o fax ao reitor da (Universidade) Independente para fazer o exame ao domingo…”

Insistindo que Sócrates “repete falsidades como se fossem verdades”, Santana Lopes opinou que “a campanha mais violenta” que o ex-primeiro-ministro teve de enfrentar “foi lançada de dentro do seu próprio partido, o PS”.

Finalmente, sobre o futuro político de José Sócrates, Santana admitiu que o socialista esteja a planear uma candidatura à Presidência da República, num cenário em que António Costa seria candidato ao lugar de primeiro-ministro.