Fale-nos de "Brothers and Sisters"...
Rob Lowe - Esta nova temporada será a minha última na série, por isso não quero revelar muito sobre como vai acabar, mas confesso que vai ser triste. De certo modo, para mim, também foi triste filmar este último ano porque acabei por me afeiçoar muito a toda a equipa. É um fantástico grupo de actores. Eu tinha um excelente personagem e acho que fizemos um belo trabalho na forma como ele acaba por sair de cena. Acho que o público português vai realmente gostar. Esses episódios já foram exibidos nos Estados Unidos e a reacção foi bastante boa.
Depois de ter feito de assessor de um presidente em "West Wing" ("Os Homens do Presidente" em Portugal) e agora o papel de um senador em "Irmãos e Irmãs", tem alguma vontade de entrar na política?
RL - Bem, eu gosto muito daquele mundo e acho que essa é uma das razões porque acabo por ser atraído várias vezes para essas personagens. Como toda a gente, tenho esta relação de amor/ódio com a política. Sabe como é, nós detestamos os políticos que temos, sentimo-nos inspirados por eles e logo a seguir voltamos a detestá-los. Talvez na segunda metade da minha vida possa ter algo interessante para fazer, se a ocasião se proporcionar. Posso dizer-lhe que, provavelmente, é mais divertido interpretar papéis de político do que ser um a sério.
Tem-se envolvido em causas ambientais, como os automóveis mais ecológicos, e na defesa das praias ameaçadas. Como é que viu o desastre no Golfo do México provocado pela explosão da plataforma da BP?
RL - É curioso, acho que nada ilustra melhor a complexidade da questão ambiental do que a tragédia a que assistimos no Louisiana. Já passei algum tempo no Louisiana. Adoro aquela região e sei como aquelas pessoas estão a sofrer. Mas também sei como muitos deles dependem da indústria petrolífera para viver, para ter emprego. A primeira reacção perante um caso destes é querer acabar com aquilo tudo e pedir a cabeça dos responsáveis. Mas, ao mesmo tempo, aquelas pessoas lá precisam dos postos de trabalho. É extremamente difícil, mas tem que se encontrar um meio-termo.
E ficou satisfeito por saber que conseguiram conter a fuga de petróleo?
RL- Se pensarmos bem, é um dilema. Não queremos que façam perfurações em águas pouco profundas. "Fiquem longe da nossa costa", não é? Então eles vão para o mar alto, furar cada vez mais a maior profundidade e, se há um problema, não se consegue chegar lá abaixo! É muito, muito complicado. Eu sou um grande ambientalista mas não tenho respostas para isto.
Acha que pessoas com o seu estatuto devem usar a fama para defender certas causas?
RL - Uma vez mais, é uma questão de equilíbrio, porque penso que se deve fazer o possível por viver de uma forma responsável, no nosso meio ambiente. É muito, muito importante. Torna-se mais importante a cada ano que passa. Mas, por outro lado, também se deseja ter a liberdade de viver da maneira que se quer. E acho que as pessoas que são figuras públicas, cujas opiniões, bem ou mal, são escutadas, podem servir de exemplo. Nessa medida, se posso fazer algo assim, acho que é uma coisa boa.
Pensa "Eu posso dar o meu apoio seja no que for"?
RL - Sim, quero dizer... Eu já fui muito mais activo em questões políticas. Mas quando comecei a fazer papéis com conotações políticas, de facto deixei de me envolver tanto porque não queria que as minhas posições pessoais interferissem na forma como as pessoas viam os meus personagens. Mas nunca desisto de lutar!