Ana Moura, uma das mais sagradas fadistas portuguesas está de volta com o seu novo disco, 'Moura'. Um trabalho produzido por Larry Klein e que conta com a participação de personalidades como Miguel Araújo, Pedro Abrunhosa ou Sara Tavares.

Numa entrevista ao jornal Destak, Ana Moura explicou que a realização deste novo trabalho não foi uma tarefa fácil.

"Não foi fácil, ainda por cima porque foi produzido pelo mesmo produtor do Desfado, e repeti alguns compositores. A única preocupação que tive foi fazer algo diferente do Desfado, e é muito mais elaborado. Este disco, em termos de som, é completamente diferente e tem mais detalhes. À medida que se vai ouvindo, vão-se descobrindo imensos pormenores, também pela forma como os instrumentos foram captados e tratados", explicou.

Quanto a algumas das críticas que se ouvem relativamente ao trabalho da fadista e que afirmam que a mesma quer tornar a sua música mais pop, a artista responde:

"Nas entrevistas perguntam-me sempre se estou a fugir ao fado, mas não é essa a expressão. Estou cada vez menos tradicional é a frase certa, porque estou a fazer o meu caminho. Tem feito sentido ir procurando o meu caminho, ir descobrindo um compositor ali, um produtor aqui. É apenas o meu caminho, embora me sinta fadista e não queira nada fugir ao fado. Nestes dois últimos discos tão diferentes, fiz questão que tivessem o fado tradicional", defendeu.

Sobre os seus grandes sucessos na sua carreira profissional, Ana Moura não hesita na resposta:

"Confesso que o meu maior feito profissional foi o meu disco Desfado ter sido o mais vendido da última década e ser quíntupla platina numa altura em que não se vendem discos. Isto porque quando comecei a gravar o Desfado ninguém acreditou. Fui extremamente feliz a gravá-lo e mesmo que não fosse bem recebido essa felicidade ninguém me tira. Hoje ainda está no top!", acrescentou.