Foi João Filipe Braga em A Lenda da Garça, na RTP1, em 1999. Como é que apareceu no elenco desta novela?
Entrei no espectáculo de solidariedade Amigos do Palco, produzido pelo Frederico T. Pereira e a Maria Antónia Calheiros. Entrei a cantar. Era um espectáculo amador mas que contava com a apresentação do Virgílio Castelo.
Conhecer o Virgílio Castelo foi determinante?
O Virgílio já andava a fazer castings para a Lenda da Garça, e como a Ana Brito e Cunha sabia que o meu sonho era ser actor, falou com ele e desafiou-me logo ali para ir fazer o casting. A Ana obrigou-me literalmente a ir ao casting. Estive quase para não ir porque estudava Direito na altura, mas a Ana levou-me mesmo e só se foi embora depois de eu ter terminado.
Estava no segundo ano de Direito e interrompeu tudo para ser actor. Representar é uma paixão?
Tem dias (risos). Mas sim, pode-se dizer que sim. Quando os projectos são bons, representar é uma enorme paixão.
A sua mãe já se conformou com a sua decisão, ou ainda lhe pede para acabar o curso?
Já! De vez em quando ainda deixa escapar se não seria boa ideia acabar o curso, mas acho que agora já vê com melhores olhos a minha opção.
Entretanto estudou Técnicas de Representação para Cinema e Teatro, fez um curso de Expressão Corporal, mas foi nos Estados Unidos, na New York Film Academy, que cumpriu o seu sonho?
Foi. Foram dois anos e tal incríveis. Estudei Acting e Screenwriting, e foi, de facto, das melhores experiências da minha vida.
Já participou em mais de uma dúzia de séries e novelas. Gosta de fazer televisão?
Novelas, por acaso, fiz poucas, séries é que fiz umas quantas, mas é no cinema que eu subo às nuvens.
Nunca negou o seu prazer pela apresentação. Ainda recorda a bem sucedida parceria com Sílvia Alberto no programa ídolos, da SIC, em 2003?
Em televisão, hoje em dia, apresentar é mesmo das coisas que mais gosto de fazer. E trabalhar com a Sílvia nas duas primeiras edições do Ídolos foi fantástico. Tenho tantas saudades de trabalhar com ela. Tantas, tantas, tantas! Quem sabe um dia...
Já fez teatro, cinema (participou em sete filmes) publicidade, dobragens e até escreveu letras para os Anjos e Nuno Norte. O que lhe falta ainda experimentar?
Bem, você sabe tudo! Não sei... Olhe, ganhar o festival da canção... Estou a brincar, mas tinha graça não tinha?
Sente-se realmente feliz a representar?
Quando o projecto e os actores são bons, é mesmo a melhor coisa do mundo!
Qual é o seu maior sonho profissional?
Não sei. Vou tendo. De sonho em sonho se vai andando.
Um objecto de estimação?
Um candeeiro da mms que tenho há anos.
Um retiro favorito?
S. Martinho do Porto.
Uma paisagem de cortar a respiração?
Lisboa tem tantas...
Um álbum?
Vertigem, da Mafalda Veiga.
Uma voz?
A voz da Casa dos Segredos.
Uma mulher?
A minha mãe.
Uma palavra?
Smile.
Uma obra de arte?
As da Ritinha Fernandes, e Guernica, de Picasso.
Um vício confessável?
Chocolates.
Lema de vida?
Se a vida te dá limões, faz limonada.
Um luxo de que não prescinde?
Relógios. Não é bem um luxo porque os meus não são daqueles obscenamente caros, mas ok, é um luxozinho tendo em conta que uso três de cada vez...
Que peça de vestuário tem em maior número no seu guarda-roupa?
T-shirts, se calhar... Camisas... Não sei. Juro que não ligo muito a isso.
Uma água de colónia?
Fierce.
Um prato?
Croquetes com esparregado e batatas fritas.
Um restaurante?
Caravela, em S. Martinho do Porto.
Viagem de sonho?
Austrália.
Clube de futebol?
Sporting, claro. Sempre e até morrer!
Um prazer?
Trabalhar com amigos.
O que lhe arranca uma gargalhada?
A Sofia Ribeiro, a Rita Salema, o Marco Delgado, a Fernanda Serrano arrancam-me muitas gargalhadas. Os realizadores é que, às vezes, não acham muita graça, porque quando trabalhamos juntos, se nos dá para rir as coisas tornam-se um bocadinho difíceis. Muito divertidas, de ir as lágrimas até, mas muito difíceis. (risos)
Um filme?
O Carros 2 que está agora nos cinemas, e onde tive o privilégio de dar a voz ao Faísca McQueen, Citizen Kane, Nightmare Before Christmas e Magnolia.
Uma peça de teatro?
Wicked, Rent e Closer.
Um bom programa para fazer com os amigos?
Praia!
A felicidade existe?
Existe e bate-nos à porta todos os dias. Às vezes vem disfarçada mas há que deixá-la sempre entrar.
Está bem com a vida?
Estou. Uns dias melhor, outros dias mais distraído, mas vou estando. A vida às vezes irrita, mas é tão bom viver!