Correu muito bem o concerto de Paul McCartney no parque Yarkon, em Telavive, ontem à noite. Líderes radicais islâmicos tinham ameaçado atentar contra a vida do ex-beatle, alegando que ele estava a fazer o jogo dos israelitas contra os palestinianos, mas não houve registo de incidentes.

Mais de 40 mil pessoas ouviram 30 canções dos Beatles e da carreira a solo de Paul, no meio de fortíssimas medidas de segurança. Respondendo às críticas dos radicais, o cantor disse que estava ali pela paz entre israelitas e palestinianos e incluiu no alinhamento do concerto a canção "Give peace a chance", de John Lennon, que a multidão cantou em coro.

Há 43 anos, os Beatles foram proibidos de actuar em Israel, sob a alegação de que eram uma "influência perniciosa" para a juventude. Em Janeiro último, o embaixador israelita na Grã-Bretanha pediu desculpas por esse triste acto de censura e convidou os ex-beatles ainda vivos (Paul e Ringo) a irem tocar no país. Para já, só McCartney satisfez o pedido.

Durante a sua curta estada em Israel, Paul fez uma visita-surpresa a Belém, na Cisjordânia, tendo visitado a Igreja da Natividade, erguida no local onde Jesus teria nascido. Disse ele, na altura: "Precisamos de paz na região e de uma solução com dois estados. Trago uma mensagem de paz. Esta é a minha pequena contribuição."