A sua vida profissional começou em 1997 na “Grande Aposta” ao que se seguiu uma participação em “Terra Mãe”. O sucesso da sua carreira apanhou-a de surpresa?
Sucesso, tal como um acontecimento, é algo que aparece a seu tempo, com resultados que podem variar, com uma exposição que também é incerta. Houve trabalhos que foram um grande sucesso, não por ter tido grandes audiências, mas pela qualidade, pelo excelente resultado de um trabalho de equipa. Eu raramente trabalho sozinha!
 
Também fez locução de continuidade na RTP enquanto trabalhava como atriz. Já experimentou tudo: televisão, teatro e cinema.
Quando fui locutora de continuidade estava, ao mesmo tempo, na Escola Superior de Comunicação Social no curso de Jornalismo. A minha passagem pela RTP permitiu-me ganhar alguma experiência em frente às câmaras, apresentar alguns eventos, viver os bastidores de uma casa tão própria, como a RTP, e ainda fazer os trabalhos da faculdade. Depois vieram mais produções de televisão, veio o teatro, e muito timidamente o cinema. Ah... E, em breve, vamos poder assistir à estreia do último filme do ZeZé Gamboa. Um obra maravilhosa, na qual tive a honra de participar.

Qual foi o momento alto da sua carreira?
Cada vez que inicio um projeto, ou vejo o projeto concretizar-se, são momentos de grande alegria. A minha carreira vai-se fazendo, com muitos momentos.
 
Disse uma vez que o cinema exorciza e o teatro inspira.  O menos inspirador é a televisão?
No cinema, há tempo e meios para se fazer o plano perfeito, no teatro há o tempo de ensaios, muito construtivo. Na televisão, há que ser ágil. Não há muito tempo, nem muitas oportunidades para se fazer o "plano bom". É preciso ter o trabalho de casa muito bem feito, porque depois é sempre a correr. Admiro muito as equipas de televisão.

Também já experimentou a apresentação: foi apresentadora do Curto -Circuito. Todas as experiências são boas para aprender e crescer?
Sem dúvida! O Curto-Circuito foi um programa que me expôs muito, era visto por muita gente e todos queriam participar! Era preciso ter muito jogo de cintura! Ainda hoje, há pessoas que me abordam, dizendo que, na altura, conseguiram falar connosco ao telefone. É muito engraçado! E, além disso, fui sempre bem acompanhada: ao início pela Rita Mendes, e pelo Rui Unas e Fernando Alvim, que me aturaram durante esse ano.
 
Partilhar afectos, emoções e experiências é o que mais preza na vida?
A vida é isso!
 
Apenas com 17 anos foi estudar para os Estados Unidos.  A esta distância, que balanço faz dessa experiência?
Foi uma das experiências mais marcantes da minha vida. Foi um recomeçar. Foi ter de construir aquilo que sempre me fora dado: uma família, um círculo de amigos... a confiança e o respeito das pessoas. Foi muito gratificante para mim conquistar as coisas aos poucos. E acabei mesmo por ser acolhida por todos, de coração aberto!

Em 2001 conclui a licenciatura em Jornalismo. Alguma vez lhe apeteceu ser jornalista?
Armava-me em jornalista nos trabalhos práticos que fazíamos! (risos). Mas acho que não é essa a minha vocação.
 
Atualmente interpreta uma obstetra em Maternidades na RTP.  Inspirou-se em quem para construir esta personagem?
Tive contacto com alguns médicos e presenciei momentos espetaculares na unidade de obstetrícia. A nível psicológico, para a minha personagem, inspirei-me nas histórias que me contaram. Inspirei-me nas mães lutadoras que andam escondidas, que sofrem em silêncio. Houve uma mãe que me marcou muito.

Constou-se que ia integrar o elenco da nova novela da SIC, “Rosa Fogo”, que vai substituir “Laços de Sangue”?
Já em setembro vou retomar a segunda série da Maternidade, já que a primeira foi um êxito.

Qual é a sua prioridade?
Estar bem comigo mesma, para poder partilhar.
 
O que a deixa de rastos?
As falhas de comunicação. O desentendimento entre as pessoas. As guerras e os conflitos.

O que a diverte a valer?
As brincadeiras com as pessoas que me são chegadas. Relembrar momentos disparatados do passado. Um bom filme cómico... Sei lá, tanta coisa!

Qual é a sua viagem de sonho? Vai fazê-la agora, na lua-de-mel?  
É importante que cada viagem seja um sonho. Eu adoro viajar e sonhar... E tenho feito ótimas viagens! Quando tiver oportunidade vou explorar a Ásia.

A melhor cidade do mundo para viver?
Lisboa. É sempre bom voltar.

Uma palavra que a defina?
Patrícia.
 
Complete: Amar é…
Degustar a vida intensamente.

Texto: Palmira Correia