O Papa Francisco revelou esta segunda-feira, 13 de julho, que não provou folha de coca durante a sua estada na Bolívia – uma das etapas da sua viagem de oito dias por terras da América Latina.

Já a bordo do avião que o levou de regresso a Roma, Sua Santidade conversou durante alguns minutos com os jornalistas e, quando um deles quis saber o segredo da sua “energia” aos 78 anos, Francisco respondeu com grande clareza.

“Você quis dizer a minha droga?”, perguntou, sorridente, numa alusão a notícias segundo as quais o governo de La Paz iria pôr à sua disposição algumas folhas de coca, um produto muito apreciado pelos nativos, incluindo presidentes e ministros bolivianos.

“Não provei coca, que isso fique bem claro. O mate é que me ajuda”, esclareceu o Papa, num elogio às qualidades de uma planta menos polémica mas igualmente estimulante e repleta de vitaminas.

Antes da viagem, o ministro boliviano da Cultura, Marko Machicao, tinha dito numa entrevista que Francisco solicitara um “pequeno fornecimento” de folhas de coca para mascar durante a sua visita, de forma a combater os efeitos da altitude, o chamado “mal de montanha” que costuma afectar os turistas.

Tal “revelação”, nunca confirmada pelo Vaticano, pode agora ser entendida como uma manobra de propaganda do governo boliviano, que defende a legalização internacional do comércio da folha de coca, produto que as Nações Unidas continuam a considerar como um narcótico.