Rui Maria Pêgo fez, esta segunda-feira, uma declaração sentida na sua página no Facebook como reação ao massacre que aconteceu este domingo em Orlando, nos EUA.

O facto de o ataque ter sido perpetrado numa discoteca gay foi o foco da publicação, na qual o apresentador repugna o preconceito contra homossexuais, a violência e os crimes de ódio, num claro apelo à igualdade e ao respeito pelo outro.

“Morreram 50 pessoas em Orlando, que ousaram ser quem são dentro de um local que imaginavam seguro. No fundo, respiravam. Lá na vida deles. Ligeiramente entrincheirados numa discoteca lá ‘deles’. Porque é sempre assim, não é? Morreram ‘aqueles’. Aqueles sírios. Aqueles turcos. Aquelas nigerianas raptadas e violadas pelo Boko Haram. Aqueles paneleiros que quiseram abanar-se ao som de Ariana Grande. Não digo paneleiros para chocar. Digo-o porque as palavras têm vida; memória. Digo-o porque esses paneleiros são iguais a ti que estás a ler isto. E são completamente iguais a mim; são pessoas”, escreveuo apresentador.

“O meu trabalho é público. Seja na televisão ou na rádio, mas gosto de pensar que existe para promover discussão. É por isso que escolho ter o desplante de falar disto às quase 60 mil pessoas que seguem esta página. Coincide gostar de meninos. Mas gosto mais de que toda a gente possa ser o que quiser, onde quiser, de que forma quiser, sem esperar um balázio na testa”, acrescentou Rui Maria Pêgo.

Ainda que de forma subtil, apresentador assume assim, pela primeira vez de forma pública, a sua homossexualidade.

Mais claro na sua mensagem foi o apelo ao respeito. “Quero só que penses como, ao fomentar o ódio, vamos todos parar ao mesmo forno. É só uma questão de tempo. Não rezes por Orlando. Trata só os outros com o respeito que gostarias que tivessem por ti”, pediu, num texto tocante.