Uma homenagem póstuma ao coreógrafo Maurice Béjart transformou-se naquilo que a crítica já considera o mais belo espectáculo da década. "A Volta ao Mundo em 80 minutos", uma coreografia assinada por Béjart (falecido sem ver esta sua última obra subir ao palco) estreou em Lausana, na Suíça, perante uma plateia delirante e vai correr o mundo a partir de Janeiro.

 

A estreia, aguardada com grande expectativa pela crítica e por um público exigente, confirmou o talento genial de Béjart, considerado o maior coreógrafo de todos os tempos. O Mestre faleceu há menos de um mês, quando ultimava a "Volta ao Mundo", mas a sua Companhia (o "Béjart Ballet Lausanne") decidiu não cancelar a representação. A peça tornou-se, assim, uma última homenagem ao seu criador. O coreógrafo Gil Roman, até há pouco o braço-direito de Béjart, assumiu a direcção.

"A Volta ao Mundo em 80 Minutos" é uma viagem imaginária pelo planeta, coreografada com grande requinte plástico e acompanhada por uma escolha de temas musicais de Stravinski, Vivaldi e Wagner, sem excluir incursões pela música alternativa. As lotações já estão esgotadas em algumas das cidades por onde a tournée passará em 2008, como Paris, Madrid e Bruxelas.

Filho de um filósofo, Maurice Béjart nasceu em 1927 em Marselha. Estudou dança em Paris e em Londres e tornou-se um dos maiores bailarinos do seu tempo. Estreou-se cedo como coreógrafo, tendo assinado mais de 250 títulos. Vivia em Lausana há 20 anos.