Terminadas as gravações de "Chiquititas", já existem projectos?
Existem projectos fora da televisão. Estou a tentar investir um bocadinho no teatro, mas ainda só está tudo na cabeça. Não está nada escrito no papel.
Como é que agora consegue descolar da pele do Lucas, uma personagem que demorou tanto tempo a ser construída?
Costumo fazer uma coisa: sempre que chego ao fim do dia, deixo a personagem no estúdio e vai o Nuno Pardal para casa. Assim, tudo se torna mais fácil. Gostei muito de fazer o Lucas, custou muito deixá-lo. Mas deixei-o lá no último dia de gravações.
Com as "Chiquititas" teve o seu primeiro papel com o estatuto de protagonista...
Sim, posso dizer que esta foi a primeira novela em que fui realmente o protagonista. E foi um prazer trabalhar com a Marta Fernandes e com os outros miúdos. Foi o primeiro trabalho que me envolveu do princípio ao fim, quase sem folgas.
O que achou de trabalhar para um público tão específico?
Pensava que ia ser muito diferente, mas com o decorrer das abordagens na rua, acabei por perceber que não são só as crianças que vêem a novela. Desde os mais pequeninos até aos mais velhinhos, todos vêem as "Chiquititas".
É bom o reconhecimento do público mais novo?
Claro, sem dúvida nenhuma. Comecei a minha vida como actor a fazer teatro infantil. Sem sombra de dúvidas que esse público é o mais verdadeiro. Às vezes, consegue ser cruel também. Comigo, graças a Deus, nunca aconteceu. Se gostam, gostam, se não gostam, não há nada a fazer. A abordagem na rua é espectacular, mandam e-mails, mensagens, cartas. É isso que nos enche e nos faz felizes. No fundo, quer dizer que o trabalho foi bem feito.
O que gostava de fazer agora?
Voltar a fazer teatro. Já não piso o palco há algum tempo e tenho medo de depois já não saber como é que se faz. E gostava de fazer cinema, ainda este ano também. Se der para conciliar e fazer um bocadinho de televisão, óptimo.
Em televisão, o que seria um papel irrecusável?
Agora falta o mau da fita! Em "Paixões Proibidas", tive uma fase de psicopata, mas que acabou por não ir para a frente e tornei-me outra vez bonzinho. Mas sim, agora faltava isso. Eu tenho conseguido até hoje, em televisão, principalmente, fazer personagens diferentes uns dos outros, o que é bom. Quer dizer que não estou colado a um estilo. Quero continuar assim. Portanto, agora, queria ser um vilãozinho, só para contrariar.